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Invasão à Câmara de Campinas acaba com 138 detidos
Durante ocupação, tribuna de plenário foi pichada; jovens devem responder por dano ao patrimônio público
A ação da Polícia Militar para retirar manifestantes que ocupavam a Câmara Municipal de Campinas (a 93 km de São Paulo) terminou na tarde de ontem com a detenção de 138 pessoas --destes, 31 são adolescentes.
Todos foram encaminhados para o 4º DP da cidade sob suspeita de dano ao patrimônio público.
Cerca de 200 manifestantes invadiram a Câmara anteontem, por volta das 20h.
Eles reivindicam o passe livre no transporte público, a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os contratos com as empresas que prestam o serviço e a saída do secretário municipal da pasta, Sérgio Benassi.
Segundo o delegado Cristiano Fávaro, deve ser instaurado inquérito policial para apurar os responsáveis pelos danos causados na Câmara.
Houve pichação da mesa diretora, da tribuna e de paredes do plenário. A porta do estúdio de transmissão de TV e som foi arrombada, e extintores de incêndio foram utilizados durante o protesto.
Procurada, a assessoria da Câmara informou que vai divulgar balanço dos equipamentos danificado ainda nesta quinta-feira (8).
A ocupação durou cerca de 4h e os manifestantes pretendiam dormir no local --embora não tivessem levado sacos de dormir, comida e bebida--, quando cerca de 50 homens da Força Tática entraram no plenário.
Policiais tentaram negociar a saída dos 138 manifestantes que ocupavam o local de forma pacífica, mas eles se recusaram a deixar a Câmara quando a PM informou que todos, retirados à força ou não, seriam encaminhados à delegacia para serem qualificados.
Os policiais passaram, então, a retirar os manifestantes, que tentaram resistir pacificamente, um a um.
Não houve utilização armas ou bombas durante a retirada, que durou cerca de 30 minutos, e dois ônibus fretados foram utilizados para conduzi-los à delegacia.
"Utilizar equipamento químico no local não seria apropriado", disse o tenente-coronel da PM Nelson Coelho, responsável pela operação.
"O perfil e o comportamento da massa nos permitiu utilizar aquela técnica de retirada dos manifestantes", completou o tenente-coronel.
BANDIDOS
O presidente da Casa, Campos Filho (DEM), que solicitou a desocupação à PM, chamou os manifestantes de "bandidos" e afirmou que novos atos serão reprimidos.
"Uma coisa é reivindicar os seus direitos. Outra é depredar", disse o vereador.