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Foco

Voluntária gasta até R$ 300 para confeccionar perucas

DA ENVIADA A GUAÍRA

Passar horas em frente à máquina de costura criando perucas sempre funcionou como forma de terapia e relaxamento para a cabeleireira Neuza Correa Longo, 66, de Guaíra, vizinha a Barretos.

Há oito anos, passou a ser também um exercício de amor ao próximo. Ela é a única voluntária que costura perucas, gastando até R$ 300 em material, para depois doá-las gratuitamente ao HC (Hospital de Câncer) de Barretos.

Há 49 anos ela iniciou o ofício de "penteadeira", lembra-se Neuza da maneira como a profissão era chamada.

O trabalho é minucioso e exige paciência e jeito. O primeiro trabalho de Neuza é o de separar os cabelos doados que chegam do HC. Ela agrupa mechas por cor e tamanhos. Os montes são então penteados, e já nesse ato muitos cabelos se perdem.

No passado, ela mesma fazia a terceira etapa: tecer os fios, prendendo-os em uma só faixa, para então costurá-los em um molde plástico no formato da cabeça.

Com dores nas costas e para facilitar o trabalho, Neuza decidiu desembolsar dinheiro: ela paga para uma tecedeira que mora em Votuporanga para trançar os fios. Cada faixa de um metro de cabelo custa R$ 25. A base plástica, outros R$ 25.

Como precisa de uma média de dez faixas, chega a gastar do próprio bolso até R$ 300 por peça.

A primeira peruca doada ao HC surgiu como uma forma de prestar ajuda, mas também de agradecer, já que o pai havia passado por tratamento no mesmo hospital.

Ao ver uma moça de 25 anos, sem cabelos, aproximou-se e perguntou se aceitava a peruca como doação. "Ela me abraçava e chorava. Falava: Ah, agora vou arrumar um namorado".

O gesto frutificou, conta Neuza. A jovem casou-se e teve uma filha, antes de morrer. "Foi gratificante."


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