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Estado visita passado agrícola com museus
Projetos do governo e privados resultarão até o ano que vem na abertura de locais sobre a história da agricultura
Área ao lado da Agrishow abrigará museu em Ribeirão; Sertãozinho abrirá espaço em dezembro
Com 3% do território nacional, mas um terço da produção agrícola do país, São Paulo volta os olhos para seu passado rural.
Projetos do governo do Estado e da iniciativa privada prometem abrir novos museus sobre a história da agricultura em São Paulo, com inaugurações previstas para até maio do próximo ano.
Em dezembro, um dos primeiros engenhos do Estado a utilizar máquinas a vapor na produção do açúcar deverá ser aberto para visitação.
A fazenda, a 3,5 quilômetros de Sertãozinho, foi comprada em 1903 pelo coronel do café Francisco Schmidt e, em 1960, passou à propriedade de Maurilio Biagi, usineiro da região.
Hoje, o Instituto Engenho Central trabalha na conservação dos prédios antigos e na catalogação do acervo, para que até o fim do ano consiga abrir o Memorial do Açúcar e do Álcool.
Em Ribeirão Preto, num terreno ao lado de onde é realizada a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), uma das principais do país, o governo do Estado quer instalar o Museu da Agricultura. O prédio terá dois andares e 3.800 m², e o projeto executivo da obra está em sua fase final.
Com exposição interativa e em linguagem acessível ao grande público, o campo paulista vai dividir espaço com a história mundial da agricultura, desde a transformação dos primeiros grupos humanos de caçadores em agricultores até o uso da engenharia genética para o aumento da produtividade.
"A agricultura é a inovação mais importante na história do homem", diz o consultor de conteúdo do museu, Sérgio Freitas. "Todas as outras mudanças, a eletricidade, as navegações, são decorrentes de que num certo momento, em vez de caçar, o homem começou a plantar. E aí sobrou tempo para pensar."
Freitas é presidente do conselho do museu Catavento, em São Paulo, e foi convidado pelo governo do Estado para compor o acervo e a exposição do futuro museu.
Segundo ele, embora as obras ainda não tenham começado, espera-se que até maio de 2014, na Agrishow, o museu possa ser aberto ao público com pelo menos parte da exposição já instalada.
DO PASSADO AO FUTURO
Em Orlândia, o acervo do Museu Agromen, outro a apresentar relíquias do passado agrícola do país, será aberto ao público no próximo mês (leia texto nesta página).
Vice-presidente do conselho do museu da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, o doutor em mecânica agrícola Luís Geraldo Mialhe afirmou que o estudo das antigas máquinas é importante para o desenvolvimento da tecnologia no campo. "Você tem que olhar para o passado, para projetar o futuro."
Já a docente Maria Aparecida de Moraes Silva disse que o trabalhador rural é esquecido nesse processo.