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Especialista aprova redução de vagas, mas 'veta' enquete
Prefeitura de Ribeirão Preto quer limitar a parada de veículos em algumas das principais vias do município
Medida vai dar maior fluidez ao tráfego, mas consulta na internet de vias preferidas é alvo de questionamento
Especialistas em trânsito aprovam a medida da Prefeitura de Ribeirão de eliminar vagas de estacionamento em avenidas e ruas com o objetivo de promover maior fluidez no trânsito, mas questionam "dividir" os trechos afetados com internautas, como propõe a administração.
No início deste mês o município anunciou que vai extinguir espaços destinados a parada de veículos em vias onde há maior fluxo de ônibus do transporte coletivo.
O diretor de transportes da Transerp (empresa de trânsito de Ribeirão), José Mauro de Araújo, disse que estão sendo avaliadas a extinção de vagas em trechos de 35 ruas e avenidas de Ribeirão.
Ele não disse, porém, quantas, efetivamente, serão atingidas. Informou ainda que um estudo técnico vai apontar onde serão os locais que ficarão impedidos de se estacionar carros.
"Nossa intenção é que o trânsito flua mais rapidamente. Com isso, consequentemente, será possível diminuir o tempo de viagem dos ônibus e otimizar o transporte."
Victor Nozaki, coordenador do curso de gerente de cidades da Faap, pós-graduado em administração pública e mestre em economia pela USP Ribeirão, considerou a medida correta, mas que já deveria até ter sido tomada.
"É melhor para quem anda de carro e de ônibus. O trânsito flui mais rápido."
Docente de transportes aposentado da USP, José Bernardes Felex disse que a extinção é válida porque não há mais como criar espaços nos grandes centros urbanos.
"A maior parte das pessoas que usa o transporte vai trabalhar, para a escola ou a serviços de saúde. E elas não podem perder tempo", afirmou.
ENQUETE POLÊMICA
Desde o início do mês, a prefeitura faz uma pesquisa na internet para saber qual a opinião da população sobre a medida. O município disponibilizou 13 pontos e quer saber qual a preferência para ter vagas extintas.
Os especialistas disseram que a consulta é sem propósito. "Se a decisão for técnica não precisa ter pesquisa. Não sei qual é o objetivo. Naturalmente haverá opiniões favoráveis e contrárias, mas a prefeitura deve decidir pelo que é melhor, não pelo que é mais popular", afirmou Nozaki.
Felex falou que a prefeitura precisa tomar as decisões com base em análises técnicas e que a consulta é desnecessária. "A responsabilidade não pode ser diluída."
O diretor da Transerp afirmou que a consulta feita pela internet não vai influenciar a decisão dos técnicos e que a prefeitura quer saber apenas a opinião da população.
Disse ainda que as vagas perdidas serão compensadas, em parte, com a implementação de zona azul no entorno dos trechos afetados e com a criação de estacionamentos da iniciativa privada.
Poderão ser interditados trechos de locais como as avenidas Nove de Julho, Brasil, Saudade, D. Pedro 1º e Café.
