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Advogado de suspeito de matar soldador questiona acusação
Morte foi estopim de revolta popular em Barrinha; ex-guarda-civil se diz inocente
O advogado Leandro Alan Soldera, que defende o ex-comandante da não constituída Guarda Civil de Barrinha, William Américo Campanini, 28, disse que seu cliente nega ter atirado e matado um soldador na segunda-feira.
Thiago Antônio da Silva, 26, morreu com um tiro na cabeça na área rural da cidade.
"Se meu cliente é o principal suspeito, por que não foi preso em flagrante?", questionou o advogado.
Soldera disse querer saber se os policiais militares presentes no dia do crime prevaricaram (faltaram ao cumprimento do dever) por terem visto o atirador e não o prenderem, ou se não viram o autor do tiro.
Na ocasião, dois policiais militares cumpriam um mandado de busca e apreensão em uma área próxima ao local da morte e três guardas municipais os apoiavam, segundo a PM e os guardas.
No entanto, após uma confusão entre os guardas e cinco homens, entre eles Silva, um disparo foi efetuado e acertou a cabeça do soldador.
Testemunhas disseram à polícia e à Folha que foi Campanini quem atirou. O ex-comandante, demitido na terça, nega a autoria do crime.
Até o fechamento desta edição, a PM não havia comentado os questionamentos da defesa.
A morte do soldador fez Barrinha viver dois dias de protestos que resultaram em depredação e incêndio de prédios públicos no início da semana. A revolta assustou a população, o comércio fechou suas portas mais cedo e a maior parte dos alunos não foi às aulas.