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Ribeirão

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Entrevista - Chaim Zaher 59

Chaim busca expansão até para Estados Unidos e México

empresário vende uniseb à estácio, do Rio de Janeiro, por R$ 615 milhões

FELIPE AMORIM DE RIBEIRÃO PRETO

Com o negócio que lhe rendeu R$ 615,3 milhões em dinheiro e ações do grupo educacional Estácio, o fundador do grupo Seb, Chaim Zaher, 59, quer agora ampliar sua atuação no ensino básico.

Ele negocia a aquisição de dois grupos --um no Rio e outro em Recife-- que podem agregar 10 mil alunos aos 30 mil da rede Seb-COC em sete Estados. Está previsto o investimento em escolas bilíngues em Ribeirão Preto, Salvador (BA) e Curitiba (PR).

"Até no México e nos Estados Unidos estou procurando escolas. Quero consolidar o grupo na América Latina."

Zaher diz querer se antecipar à onda de aquisições do ensino básico que ele prevê no futuro, como a ocorrida no ensino superior. "Não vão me pegar desprevenido", diz.

O movimento marca a volta de Zaher à sua origem empresarial, quando, na década de 1970, se tornou franqueado da rede Objetivo, atuando do ensino fundamental ao pré-vestibular.

O empresário atua há 14 anos no ensino superior. Ele deu a entrevista um dia após o anúncio da aquisição do Uniseb. Veja a seguir os principais trechos.

Folha - Qual o foco, hoje, das oportunidades de negócio na educação?
Chaim Zaher - O que pode mesmo crescer é o ensino a distância. É por isso que a Estácio veio nos procurar. O ensino a distância hoje tem permitido grandes retornos, quase 30% a 40%, enquanto na educação básica você trabalha com um retorno de 10% a 15 % no máximo. E no curso superior presencial também é isso.

Como conciliar a expansão com a qualidade?
Isso é um mito. Depende do aluno. Dizem que as públicas são melhores. Melhor é o aluno que vai para lá. Quantidade com qualidade é uma coisa difícil, mas não é impossível. Um excelente professor pode atingir milhares de alunos.

E o ensino presencial?
Vai ter público para todo mundo. A modalidade a distância democratiza o ensino. Ele leva o ensino a lugares onde nunca vão montar uma faculdade presencial, mas lá você pode montar um polo de ensino à distância.

Com as aquisições no setor, como o sr. vê o futuro da educação privada no Brasil?
Ou você é consolidador ou consolidado. Então você faz uma parceria e abre mão de ter o controle e tem menos participação [acionária], mas amplia sua participação [no mercado].

Há risco de concentração?
É a tendência. Não passa de cinco anos. Os pequenos não vão sumir, mas você vai ter no máximo seis, sete grupos grandes e muitas médias e pequenas [instituições].

Esta consolidação está atrelada aos grupos estrangeiros?
Mais ou menos. A Estácio não é um grupo estrangeiro, mas tem investidores estrangeiros. Se você for olhar pelos acionistas, sim. Mas não pelos controladores, que estão no dia a dia. Você não vê um diretor estrangeiro cuidando da escola.

O senhor diz que recebeu propostas de instituições estrangeiras. A nacionalidade foi uma barreira para fechar o negócio?
Não porque o grupo era estrangeiro, porque dinheiro não vê cor. É porque eu teria que sair do negócio, e não queria isso. A proposta do grupo estrangeiro foi muito melhor. Mas para mim é melhor estar num grupo grande.


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