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Ribeirão

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São Carlos lidera ranking de raiva bovina no Estado

Com surto, cidade teve 10 mortes de animais causadas pelo vírus neste ano

Município concentra pelos menos 30 novos abrigos para morcegos, o que justificaria o nº de casos de raiva

DE RIBEIRÃO PRETO

Depois de três anos sem registrar raiva bovina, São Carlos vive um surto da doença e lidera o ranking de casos confirmados no Estado. Dez mortes causados pela infecção já foram registradas entre abril e agosto deste ano.

Em toda a região de Ribeirão Preto, foram 38 casos e, no Estado, 126. Segundo o médico veterinário e gerente do programa estadual de raivas dos herbívoros do Estado, Paulo Fadil, o caso de São Carlos pode ser considerado de surto da doença.

O pecuarista Nilson Grippa, 40, é um dos produtores de São Carlos que teve o gado infectado. Ele disse que perdeu dez animais --entre bois e vacas--, pois, por "desleixo", não imunizou o gado.

De acordo com o diretor da Secretaria de Agricultura, Paulo Fernando Porto, o município buscou ajuda do Estado de São Paulo e do Ministério da Agricultura para reduzir os casos da doença.

Coletas de materiais começaram a ser feitas, palestras foram dadas aos produtores e os gados não imunizados passaram a ser vacinados, como aconteceu com os animais de Grippa.

ABRIGOS DE MORCEGOS

O aumento dos casos se deve, segundo Fadil, ao surgimento de novos abrigos dos morcegos hematófobo --em São Carlos, são ao menos 30.

Segundo ele, o avanço da cana-de-açúcar levou muita gente a mudar para as áreas urbanas e abandonar as casas no meio das plantações. Vazios, os imóveis servem de abrigo aos morcegos, bichos transmissores do vírus da raiva que chegam a voar até 12 quilômetros para se alimentarem --de sangue.

O professor do curso de medicina veterinária da USP São Paulo Ricardo Augusto Dias disse que além dos prejuízos econômicos que os pecuaristas sofrem com a perda dos animais infectados, esse é um caso de saúde pública.

Ele pede que os pecuaristas eliminem as possibilidades de refúgio dos morcegos em casas ocupadas e abandonadas. "O maior risco é o contato do morcego com as pessoas, uma vez que a raiva é uma doença 100% fatal", disse. "Caso haja contato e a pessoa desenvolva a doença, a recuperação é nula. Por isso os buracos em telhados devem ser eliminados."

Ainda de acordo com Dias, a captura ou eliminação do morcego configura crime ambiental. Por isso, ele orienta as pessoas a procurarem o órgão responsável na cidade.

Assim como São Carlos, a vizinha Itirapina também registrou dez casos de raiva bovina este ano. Junto com Altinópolis, Mococa, Guatapará e Cajuru, essas cidades somam 28 registros. Segundo especialistas, os casos podem ser evitados com a vacinação dos animais --a vacina custa menos de R$ 1.

Entre abril e agosto, ao menos 900 propriedades rurais foram visitadas em 95 municípios de todo o Estado.

Só em São Carlos foram vistoriados 29 abrigos e 201 morcegos foram capturados.


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