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Ribeirão

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Cineclubes resistem no interior paulista

Salas de exibição enfrentam falta de recursos, pouco público e dificuldade de encontrar filmes e equipamentos

Em Ibaté, sessões são improvisadas em salas de um centro cultural, mas tela grande atrai produtores rurais

JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

Longe de grandes centros, com um público não acostumado a filmes que não sejam do circuito comercial e um orçamento reduzido, cineclubes tentam sobreviver no interior de São Paulo.

Enquanto alguns projetos voltam-se apenas para os chamados filmes de arte, outros têm a proposta de mesclar as exibições com filmes populares, para atrair e formar novo público.

O MinC (Ministério da Cultura) não tem uma estimativa oficial de quantos cineclubes há fora de capitais.

Mas existem 49 cineclubes no interior paulista formados por meio do Cine Mais Cultura. No projeto, o governo federal cede projetor de vídeo e equipamentos para exibição, além de pacote de filmes e oficina de capacitação.

CIDADES PEQUENAS

A dificuldade em manter exibições de filmes ou cineclubes está principalmente nas cidades pequenas.

Ibaté, de 30.734 habitantes, criou em 2009 um espaço para exibir filmes numa sala improvisada no município. As projeções, porém, nunca foram frequentes.

Para convencer quem passava na rua a entrar, os organizadores chegaram a exibir o filme na porta de entrada de um centro cultural.

Mesmo sem ser frequente, o cineclube atrai o público do bairro Jardim Cruzado, a maioria formado por trabalhadores rurais.

A reação dos moradores é curiosa, segundo Paganelli. "É só uma sessão de filme, com um DVD e projetor comum, mas para eles só de ser uma tela grande, maior do que a TV deles, eles se imaginam dentro de um cinema."

A maioria dos filmes é de curta metragens, mas há longas também, como "O Palhaço", com Selton Mello, última exibição local.

A opção por filmes não tão comerciais não envolve apenas gosto, admite o diretor de Cultura e Turismo da cidade, Fernando Paganelli.

"Nós exibimos aqueles filmes que nos enviam gratuitamente, ou que são distribuídos de forma gratuita." A prefeitura tenta agora uma parceria com o Sesc São Carlos para manter o cineclube.

Em São Simão, de 14 mil habitantes, as exibições aconteciam até o ano passado no reformado Theatro Carlos Gomes, prédio erguido no final do século 19.

O cineclube, que funcionou por dois anos, fechou por causa do convênio do teatro com o MinC. As sessões reuniam cerca de 50 pessoas.

O que permaneceu em Simão Simão é um festival anual de cinema --o último, ocorrido no mês passado, reuniu 6.000 pessoas.

Em Araraquara, o Cinema em Série acontece uma vez por semana, com filmes "que não estão em cartaz nos grandes cinemas", segundo Milton Bernardi, coordenador do projeto. As sessões atraem entre 20 e 30 pessoas.

PÚBLICO EM RIBEIRÃO

Mesmo em cidades como Ribeirão Preto, de 600 mil habitantes, há desafios. Criado há pouco mais de um mês, o Cine Belas Artes, que funciona nos estúdios Kaiser de cinema, conseguiu atrair 120 pessoas na primeira sessão.

Depois, porém, o público é de no máximo dez pessoas. Quando a reportagem acompanhou a sessão, no início do mês, do filme francês "Adeus, Minha Rainha", havia quatro pessoas.

Um dos mais antigos do país, o Cauim, em Ribeirão, tem lotado sessões principalmente com turmas de escolas. A aposta do cinema é de exibir também filmes mais populares.


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