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Regras para carroças podem encerrar atividade em Franca

ISABELA PALHARES ENVIADA ESPECIAL A FRANCA

A primeira coisa que o carroceiro Paulo Fonseca, 63, diz fazer ao chegar em casa é encher um balde d'água para refrescar Choré, seu cavalo e companheiro de trabalho.

Há oito anos eles trabalham juntos fazendo mudanças e carregando entulhos pelas ruas de Franca. Mas Fonseca teme que a parceria possa ser prejudicada com as novas regras impostas pela prefeitura neste ano.

Desde 2011, a Promotoria do Meio Ambiente cobra que o município regulamente a atividade dos cerca de 80 carroceiros no município.

Com a aprovação do Código Municipal de Defesa dos Animais, no final do ano passado, regras foram fixadas para a categoria.

As carroças terão que ser emplacadas e cumprir normas de segurança, como ter freio de mão e faixa reflexiva. Já os animais de tração serão submetidos semestralmente a um exame de sanidade.

Fernando de Andrade Martins, promotor de Meio Ambiente, disse que como não há possibilidade de acabar com a atividade de imediato, é importante que ela seja, ao menos, regulamentada.

"É o mínimo que a gente espera para manter uma atividade como essa, que é pré-histórica, e que a rigor a gente gostaria que fosse extinta, mas tolera devido à pobreza material dessas pessoas", disse o promotor.

Fonseca trabalhou por mais de 20 anos como lixeiro. Disse que percorria 50 quilômetros por dia e se aposentou por invalidez em 2004.

O serviço de carroceiro que fazia apenas aos finais de semana passou a ser uma distração para o aposentado e uma renda extra. Ele diz que por mês consegue, em média, R$ 500 com o serviço.

"Não quero parar. Espero que essas mudanças não nos atrapalhem. Quando a gente para de trabalhar, envelhece e adoece", disse Fonseca.

José Conrado Netto, diretor da Vigilância Ambiental do município, disse que as regras não pretendem dificultar o serviço dos carroceiros, mas garantir segurança no trânsito e que os animais não sejam mal tratados.

A lei também regulamenta as áreas em que os animais podem descansar e onde os materiais devem ser descartados. "Vamos acompanhar e cobrar que as leis sejam aplicadas", disse Martins.


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