Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Governo culpa preço de caçamba por lixo
Para a Prefeitura de Ribeirão, custo de até R$ 150 é um dos responsáveis pela situação de abandono na periferia
Associação de empresas afirma que o valor não é abusivo e só cobre os gastos com transporte até a destinação do lixo
O descarte ilegal de entulho da construção civil, de móveis velhos e de outros objetos aumentou cerca de 30% em Ribeirão neste ano. Para a prefeitura, um dos fatores para o aumento é o alto custo do aluguel de caçambas.
O aluguel de uma caçamba de entulho pelo prazo mínimo de uma semana custa ao consumidor R$ 150. A inclusão de objetos como gesso ou móveis encarece o serviço.
Segundo o chefe da Fiscalização Geral, Osvaldo Braga, se tornou vício jogar entulho pela cidade e, para fugir do preço das caçambas, moradores "terceirizam" o serviço contratando carroceiros ou fazendo pequenas viagens para transportar o resíduo.
"É o que chamamos de pequenos depósitos irregulares. Já tivemos muitos problemas com os caçambeiros. Agora, o problema são os pequenos transportes", afirmou.
Uma dificuldade para coibir a ação dos despejos irregulares é que as autuações em terrenos públicos precisam ser feitas em flagrante.
As zonas oeste e norte da cidade são as campeãs do despejo irregular, que rende multa de a partir de R$ 501.
Dados da Coordenadoria de Limpeza Urbana e da Secretaria da Infraestrutura indicam que, nos últimos três meses, houve alta de 30% no total de pedidos para recolhimento de materiais pelo programa "Cata-treco", serviço de coleta da prefeitura.
Por ele, de janeiro a março, foram retiradas das ruas 9.700 toneladas de resíduos da construção civil em áreas públicas e 254 toneladas de materiais como sofás e restos de eletrodomésticos.
"É preciso que a população habitue-se a procurar esses serviços", disse Isabel de Farias, titular da Infraestrutura.
Em 2013, a Polícia Ambiental fez 60 autos de infração ambiental referentes a depósito irregular de resíduos sólidos --sendo 44 multas de R$ 5.000 cada e 16 advertências.
No ano passado, o policiamento ambiental fiscalizou as áreas de constatação de depósitos sólidos. Neste ano, foram duas infrações.
Segundo o presidente da Aterp (Associação de Transportadores de Entulho de Resíduos de Ribeirão Preto), André Ricardo Lionel, o valor cobrado cobre o gasto com o transporte até as empresas que recebem o resíduo.
Ele disse que as empresas cobram média de R$ 50 para receber o entulho dos caçambeiros e dar a destinação correta. "O que fica para a empresa da caçamba é uma média de R$ 100 para pagar o motorista e o transporte."