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Ribeirão

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Rio Grande 'seca' e pescadores de Colômbia dizem temer futuro

DE RIBEIRÃO PRETO

O baixo nível do rio Grande, devido à estiagem deste ano, dificultou a navegação e a pesca e já há profissionais do setor que consideram o ano perdido.

Em Colômbia (SP), pequeno município de 6.000 habitantes na divisa com Minas Gerais, 80 famílias dependem diretamente da atividade, segundo a prefeitura.

A liberação da pesca após o período da piracema --quando a prática é proibida para garantir a reprodução dos peixes-- fez com que os pescadores encontrassem o rio afetado pela estiagem.

Isso comprometeu a navegação em alguns pontos e o número de peixes caiu drasticamente em locais tradicionais usados por pescadores.

Em Colômbia, o rio está até sete metros mais baixo em alguns pontos, em comparação com o normal para a época. Há trechos em que a profundidade está em 20 cm.

Pedras e bancos de areia ficaram à mostra. O pescador Cristóvão Figueiredo Sobrinho, 59, disse que neste ano já quebrou duas vezes a hélice do motor do seu barco ao bater no fundo do rio.

"Nunca vi o rio tão seco. Não tem como trabalhar", disse. Figueiredo é pescador em Colômbia há 30 anos.

O temor dele é que as chuvas comecem a um mês de um novo período da piracema. A estação chuvosa no Sudeste começa em outubro, e a piracema, em novembro.

"A gente olha o rio e dá até desgosto. A esperança agora é o ano que vem, porque este está perdido."

Acostumado a pegar de 70 quilos a 80 quilos por pescaria, ele disse que hoje consegue de 30 quilos a 40 quilos.

Para conseguir encontrar peixes, os pescadores estão sendo obrigados a navegar 70 quilômetros até Guaraci, onde o rio está mais profundo.

O vice-presidente da Federação dos Pescadores Artesanais de São Paulo, Edivando Soares de Araújo, afirmou temer que o número de peixes diminua nos próximos anos por causa da seca.

A estiagem e o baixo nível dos rios na piracema, segundo ele, prejudicaram a reprodução dos peixes, que ocorreu em níveis menores.

"A natureza não vai conseguir repor na mesma velocidade que está sendo tirado."

Os efeitos serão sentidos nos próximos dois anos, segundo a superintendente de Meio Ambiente de Colômbia, Maria Inácia Macedo Freitas.


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