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Comunidade funciona há 19 anos sem alvará
DE RIBEIRÃO PRETO"Eu desafio a Vigilância Sanitária a fechar este lugar. Para onde vou levar estas 45 pessoas?".
O questionamento é do motorista aposentado Geraldo Elias de Araújo, 65, que abriu a comunidade terapêutica Desafio Jovem Vale do Beraca há 19 anos.
Em todos estes anos, a comunidade sempre funcionou sem alvará. A irregularidade, segundo ele, é burocrática: falta a planta da chácara, localizada na estrada do Piripau, em Ribeirão, para dar continuidade ao processo.
Mas o local é alugado e ele disse que não tem acesso ao documento. O portão fica aberto e os pacientes, apenas homens e adultos, podem chegar e ir embora quando querem. A maioria deles foi abandonada pelas famílias.
Não há cobrança. Das 45 pessoas que moram ali, apenas oito contribuem com até R$ 300 por mês.
"Toda a minha renda pessoal é para manter aqui", disse. Araújo afirmou que recebe aposentadoria de R$ 2.500.
O aluguel da chácara custa R$ 1.700 e a conta de água fica, em média, R$ 1.600 por mês.
Além disso, são servidas cinco refeições diárias. Para suprir toda a demanda, ele conta com doações.
PACIENTES
Lourival de Oliveira, 47, está há dois anos na comunidade. Após se recuperar do alcoolismo, decidiu ficar para auxiliar. "Eu não tinha dinheiro para pagar uma clínica", afirmou.
Na comunidade, não há o uso de nenhum medicamento, segundo Araújo. Os pacientes têm cultos evangélicos e ajudam na organização, como na horta.
Ezequiel Avelan, 50, está há sete meses no local. "Este lugar me fortaleceu."
