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Ribeirão

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Cai exportação de suco de laranja da região

Concorrência internacional e seca prolongada contribuiram para atual cenário da citricultura, afirmam produtores

Alta da presença do suco de maçã europeu no mercado reduz demanda pela laranja, apontam indústrias

THOMAZ FERNANDES DE RIBEIRÃO PRETO

A receita com exportação de suco de laranja entre janeiro e agosto em Matão, Araraquara, Bebedouro e Colina foi 20,16% menor em comparação com o mesmo período no ano passado.

As exportações nos quatro municípios, todos com forte produção da fruta, renderam US$ 1,05 bilhão, enquanto no ano passado, neste mesmo período, as vendas ao mercado internacional atingiram US$ 1,32 bilhão.

O setor cita a concorrência internacional e a seca prolongada enfrentada em São Paulo como fatores prejudiciais para o produto nacional. A demanda por outras bebidas é, também, adversária da laranja.

Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam ainda que o volume exportado apresentou retração de 16,12%.

Para Ibiapaba Netto, diretor-executivo da Citrus-BR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), a queda nos preços acontece devido ao aumento da presença do suco de maçã europeu no mercado, que ampliou a concorrência e reduziu a demanda pelo produto brasilero.

"Com a crise na Ucrânia, a Rússia reduziu a compra de maçã in natura, então os exportadores passaram a produzir mais suco da fruta, que é a nossa principal concorrente no exterior", disse.

O diretor-executivo afirmou que os números não são "assustadores". "Claro que há resultado negativo, mas não pegou ninguém de surpresa", afirmou.

Flávio Viegas, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), disse que a seca prejudicou a safra da laranja e influenciou nas perdas econômicas.

"Sobre a atual safra não há mais o que fazer, temos que saber se a falta de chuvas deste ano prejudicou também a safra do ano que vem."

A safra para as exportações vai de julho a junho do ano seguinte.

CONCORRÊNCIA

A analista do mercado dos cítricos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, Fernanda Palmieri disse que não há um cenário grave de quedas nas exportações.

Segundo ela, o cenário poderia ser pior se não houvesse doenças em pomares dos EUA neste ano. "O mercado americano consome mais do que produz normalmente. Como eles estão com problemas na safra, devem comprar ainda mais suco brasileiro."

Palmieri disse que bebidas energéticas e outros sucos são adversários mais preocupantes que a seca.

Segundo a pesquisadora, há propaganda negativa do suco. "Fala-se muito que o suco é mais calórico do que os outros. Esse tipo de informação negativa é prejudicial."


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