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Ribeirão

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Para crescer, golfe tenta atrair as crianças

Ligado à elite, esporte tem conquistado jovens com aula gratuita; projeto de confederação quer atingir 200 mil até 2016

Mensalidades em clubes chegam a R$ 2.000; custo e ausência de campo público afastam interessados

Fotos Edson Silva/Folhapress
Os alunos Pedro Rizzi, 12, Rafael Seixas, 7, os gêmeos Lucca e Pietra Gasparian, 10, e André Croti, 9, durante aula no Ipê Golf Club, em Ribeirão Preto
Os alunos Pedro Rizzi, 12, Rafael Seixas, 7, os gêmeos Lucca e Pietra Gasparian, 10, e André Croti, 9, durante aula no Ipê Golf Club, em Ribeirão Preto
JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

Até fevereiro deste ano, tudo o que André Luiz Mendes Croti, 9, havia aprendido sobre golfe ele devia ao seu videogame. No jogo, escolhia sempre ser Tiger Woods, um dos grandes nomes do esporte no mundo.

Esse seria o único contato possível com o golfe para o menino, aluno de uma escola pública de Ribeirão Preto. A mãe, cozinheira, e o pai, vidraceiro, não poderiam ser sócios de clubes de golfe, onde é comum as mensalidades chegarem a R$ 2.000.

Graças ao patrão de sua mãe, André soube de aulas gratuitas para crianças no Ipê Golf Club, de Ribeirão, e agora se dedica ao esporte. "Minha mãe fala que eu vou ser o Tiger Woods Junior."

Associado a uma prática das elites, o golfe tem atraído crianças e adolescentes pelas aulas gratuitas oferecidas por clubes e federações da modalidade, interessados em formar uma nova geração de adeptos no Brasil.

Apesar de o golfe existir no país desde 1904, quando surgiu o primeiro campo na capital paulista, a prática ainda cresce timidamente.

Há aproximadamente 25 mil praticantes no Brasil, de acordo com a CBG (Confederação Brasileira de Golfe). Eram 21 mil adeptos até cinco anos atrás.

Na vizinha Argentina, o número de jogadores de golfe chega a 80 mil, segundo o vice-presidente da entidade, Paulo Pacheco.

Do total de adeptos no país, a confederação calcula que entre 20% e 25% são crianças e adolescentes.

A preocupação em formar atletas se deve ao perfil atual dos jogadores: homens acima de 30 anos.

OLIMPÍADAS

Um bom estímulo é a proximidade das Olimpíadas do Rio, em 2016, quando o golfe volta a ser um esporte olímpico, depois de uma ausência de 112 anos.

De olho nesse chamariz, além de iniciativas individuais dos clubes, há cinco anos a Federação Paulista de Golfe criou o projeto Golfe Nota Dez, que já atendeu 17 mil crianças de escolas públicas e particulares.

Em âmbito nacional, a CBG iniciou neste ano o projeto Golfe para a Vida, que tem a meta de, até 2016, atingir 200 mil crianças.

Para atraí-las, são montadas nas quadras das escolas estruturas infláveis, simulando um campo de golfe, para o treino de tacadas. Depois, as crianças são levadas aos clubes de golfe.

O projeto da confederação brasileira também treina docentes da área para que possam introduzir noções básicas do esporte nas aulas.

PARA TODOS

Em Ribeirão Preto, os amigos de André no golfe afirmam que o esporte não é somente para os adultos.

"Até tive colegas na escola que disseram que era coisa de velho. Mas não é, é bem legal, você não fica em um lugar fechado", afirma Lucca Barbosa Gasparian, 10, que desde agosto pratica golfe com a irmã gêmea, Pietra.

Caçula da turma, Rafael Caliento Seixas, 7, exibe o estilo de golfista, com camisa e boné Polo Ralph Lauren e tênis Hilfiger.

Com ares de experiente, Pedro Rizzi, 12, diz que já foi praticante de outras modalidades esportivas -como natação, judô, ginástica, caratê e o tradicional futebol-, mas conta que foi o golfe que lhe conquistou.

"Acho que é um esporte pouco conhecido. Deviam incentivar mais pessoas a praticá-lo", afirma.


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