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Ciclovia se torna 1ª polêmica de Altomani
ONG de ciclistas faz manifesto contra suposta retirada do espaço; prefeitura diz que apenas vai reavaliar questão
Estimativa é que 5.000 pessoas na cidade utilizem bicicletas para ir ao trabalho, como esporte ou lazer
Cauê Marques/Folhapress | ||
Ciclista utiliza ciclofaixa na tarde de ontem, na avenida Tancredo Neves, em São Carlos, próximo à rotatória do Cristo |
Os pouco mais de sete quilômetros de ciclovias existentes em São Carlos se transformaram na primeira polêmica da gestão do prefeito Paulo Altomani (PSDB).
Após a propagação na cidade de informações de que o tucano retiraria em seu governo a ciclovia e as ciclofaixas -instaladas no ano passado por Oswaldo Barba (PT), seu rival político-, uma ONG organizou um abaixo-assinado e fez o assunto repercutir em redes sociais.
O manifesto digital da Associação São-carlense de Ciclismo, que começou na sexta-feira, reuniu mais de 570 assinaturas em cinco dias e foi motivado por uma entrevista dada por um membro da gestão Altomani.
A ONG pretende mobilizar os aproximadamente 5.000 são-carlenses que utilizam a bicicleta como meio de transporte, esporte e lazer, para que ciclovia e ciclofaixas não sejam extintas.
Segundo o secretário da Habitação e Desenvolvimento Urbano, Caio Graco Hortenzi Vilela Braga, a intenção não é retirar as ciclovias da cidade, mas reavaliar o projeto que, segundo ele, está falho (leia texto nesta página).
Dos 41 quilômetros de percurso planejados no projeto cicloviário de Barba, 7,3 km -divididos entre uma ciclovia e duas ciclofaixas- foram instalados. Elas não estão interligadas e a distância de uma para a outra varia de dois a três quilômetros.
Mesmo reconhecendo falhas, a vice-presidente da ONG que organiza o manifesto, Mariana Nunes Ignatios, disse que retirar as ciclovias seria um retrocesso para os usuários e a própria cidade, que investiu nas obras -R$ 300 mil, segundo Barba divulgou à época.
Ela disse que a associação espera melhorias e a ampliação do projeto. "Para que a pessoa seja estimulada a deixar o carro e ir ao trabalho de bicicleta, por exemplo, ela tem que se sentir segura e ter estrutura para circular. Isso não existe em São Carlos."
De acordo com o especialista em trânsito José Bernardes Felex, a ciclovia é necessidade local, mas um dos trechos onde uma ciclofaixa foi feita, no início do bairro Jardim Planalto, não possui entrada e saída para os ciclistas e, no bairro vizinho, começa em um ponto de ônibus.
Para ele, o projeto deveria ser pensado de acordo com a topografia de São Carlos.