Folha de S.Paulo

Faixa etária de jogadores vai de 19 a 80 anos

O perfil dos jogadores que frequentam casas de pôquer está cada vez mais indefinido. Ao entrar no Clube LOL em Ribeirão Preto -casa existente há dois anos-, é fácil encontrar jogadores com idades que vão de 18 a 80 anos.

O advogado aposentado José Luiz Oliveira Mattos, 80, é conhecido no local. Ele está presente de duas a três vezes por semana e diz que reserva uma média de R$ 1.000 a R$ 1.500 por semana para jogar.

Mattos diz que no jogo não dá para ganhar sempre. "Se empatamos é lucro". Ele conta que já chegou a faturar R$ 4.000 em uma mesma noite, porém, na opção de "cash game", onde os valores de aposta são mais altos.

Segundo ele, sua mulher não reclama quando ele vai jogar. "Ela me libera."

Diferentemente de Mattos que tem autorização para jogar, o estudante de administração de empresas da USP Gabriel Rocha, 20, pratica pôquer contra a vontade dos pais, que são de São Paulo.

O universitário diz que os pais ainda têm preconceito, mas para ele, o jogo é um "treino da mente". "Sempre gostei de testes de QI (Quociente de Inteligência)."

Ele adota uma estratégia: "Tenho uma conta apenas para o jogo e sempre uso o dinheiro que ganho. Quando perco, aquela verba não me compromete".