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Prefeita é o terceiro político de Ribeirão cassado desde 1995

LUÍS EBLAK EDITOR DA “FOLHA RIBEIRÃO”

Primeira mulher eleita prefeita de Ribeirão Preto e primeira pessoa a ser reeleita no período pós-Estado Novo (1945) na cidade, Dárcy Vera (PSD) também é a primeira governante do município cassada pela Justiça.

Estudo do Arquivo Público e Histórico sobre os governantes da cidade desde 1874, coordenado pelos pesquisadores Mauro da Silva Porto e Tânia Registro, não encontrou nenhum caso de prefeito que perdeu o posto por decisão de um juiz.

"O que ocorreu, no período pós-Revolução de 1930, é de prefeito exonerado ou deposto", afirmou Porto.

O pesquisador se refere à conturbada época na qual os prefeitos de todo o país foram nomeados. Quase todos foram indicados pelos interventores do Estado de São Paulo, que eram os governadores escolhidos por Getúlio Vargas (1882-1954), presidente do país entre 1930 e 1945.

Um exemplo: o prefeito que comandava a cidade no ano da revolução, Joaquim Camilo de Moraes Mattos (1892-1945), teve o mandato interrompido já em 1930.

Depois, Ribeirão teve 12 prefeitos -quase um por ano- entre outubro de 1930, quando o então presidente Washington Luís (1869-1957) foi deposto por Vargas durante a revolução daquele ano, e 1945, segundo o estudo.

Após a saída de Vargas, em 1945, os prefeitos deixaram de ser nomeados. Com a Constituição do ano seguinte, passaram a ser eleitos pelo voto direto. E o primeiro governante eleito de Ribeirão Preto foi José de Magalhães (1900-1970).

Já a Câmara de Ribeirão teve alguns casos de vereadores cassados. Todos pelo próprio Legislativo. São eles Pedro Augusto de Azevedo Marques (PSB), em 1964, e Oliveira Júnior (PSC), em 2011.

O próprio Fernando Chiarelli (hoje no PT do B) foi cassado pela Câmara em 1995. Autor da ação que culminou na cassação de Dárcy, o ex-candidato à prefeitura é classificado pelo juiz Héber Mendes Batista, na decisão, como "inimigo capital" da prefeita, que, à época, era vereadora suplente e assumiu a vaga deixada por Chiarelli.

Colaborou MARCELO TOLEDO, editor-assistente da "Folha Ribeirão"