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Ribeirão

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Falta apoio do poder público, dizem artistas

Projeto de 2010 de Ribeirão previa tornar o grafite uma 'expressão de arte', mas saiu da pauta e nunca mais voltou

Em São José dos Campos, um decreto, que só caiu em 2011, proibia qualquer tipo de intervenção nas ruas

DE RIBEIRÃO PRETO

Se hoje o grafite é valorizado na mídia, sendo comum ver na TV obras de artistas como Osgemeos, o reconhecimento é resultado mais do esforço dos próprios grafiteiros do que do poder público.

No interior, um dos descasos mais simbólicos com o grafite aconteceu em São José dos Campos, lembra-se Vespa, apelido de Claudinei de Oliveira, 33, grafiteiro da cidade desde 1998.

Um decreto municipal proibia qualquer tipo de pichação e até desenhos de grafite nas ruas da cidade. Detalhe: a proibição valia mesmo se o proprietário do muro autorizasse a pintura.

Em 2011, uma lei federal derrubou o decreto de São José dos Campos, ao permitir o grafite como forma de expressão artística.

Mesmo em Ribeirão Preto, os eventos que reúnem grafiteiros praticamente só ocorrem por iniciativa informal entre eles, mais parecido com um encontro de amigos aos finais de semana.

De acordo com os próprios artistas de Ribeirão, nos últimos anos os sucessivos prefeitos funcionaram para o grafite próximo ao ditado "não atrapalhou, mas também não ajudou".

Em outras palavras: a prefeitura cedia espaço sempre que solicitado ou indicava nomes dos artistas, mas não fez trabalhos efetivos de promoção do grafite.

Um dos poucos eventos em Ribeirão Preto que dão visibilidade ao grafite organizado pela administração municipal acontece uma vez por ano, na Feira do Livro, com oficinas e intervenções coletivas em painéis.

O secretário da Cultura de Ribeirão, Alessandro Maraca, admite que é pouco.

"Temos algumas oficinas, mas são iniciativas ainda tímidas, é preciso avançar mais", afirmou.

Ele próprio, em 2010, quando assumiu como vereador, propôs um projeto de lei que tornava o grafite "uma expressão de arte" em Ribeirão.

O projeto foi retirado da pauta -vereadores mais conservadores justificaram que seria um estímulo à pichação e ao vandalismo. Ainda não voltou para a ser discutido.

Maraca disse que quer se aproximar de grupos de cultura popular. Há a ideia de criar uma galeria ao ar livre para o grafite -o projeto, porém, ainda não foi discutido com a prefeita Dárcy Vera (PSD).

Até na capital o grafite esbarra em entes públicos. "É difícil em todo lugar, até aqui em São Paulo. Vamos ver como será com esse prefeito novo [Fernando Haddad]", disse o grafiteiro Does.


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