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TESTE-FOLHA

Pebble é supérfluo, mas tem potencial

Relógio que se conecta a smartphones funciona bem, mas não faz nada que o torne indispensável

A utilidade do aparelho, porém, deve aumentar quando os primeiros aplicativos de terceiros estiverem disponíveis

DE SÃO PAULO

O celular vibra.

Pode ser uma mensagem urgente de alguém da família pedindo ajuda. Pode ser um WhatsApp da sua paquera.

Mas também pode ser a sua operadora tentando vender um pacote de piadas via SMS por R$ 9,90 mensais. Pode ser o ex-namorado da sua prima convidando-o a fazer parte da rede dele no LinkedIn.

Só dá para saber se o aviso é importante ou não depois de tirar o celular do bolso ou da bolsa, ligar a tela e, por fim, digitar a senha.

O relógio inteligente Pebble, que se conecta ao iPhone e a smartphones com Android, torna muito mais rápido decidir se uma mensagem requer ação imediata ou se a vida pode seguir normalmente.

Com design discreto, o Pebble vibra no pulso quando chega uma notificação, que surge em sua telinha em preto e branco.

Há quatro botões, sem texto ou ícone nenhum explicando o que fazem. A posição e o formato, porém, permitem deduzir rapidamente a função de cada um deles. Depois disso, é fácil operar o relógio.

O Pebble promete bateria com duração de sete dias, o que se confirmou na vida real.

No Android, o aplicativo oficial do relógio centraliza quase toda a operação.

Já no iPhone, a configuração é um pouco mais chata. É preciso ir às opções gerais do sistema e ativar as notificações de cada um dos apps.

Nos testes da Folha, o relógio funcionou bem na maior parte do tempo.

Houve algumas poucas vezes em que as notificações atrasaram, o que é especialmente bizarro quando se trata de uma ligação telefônica --enquanto o celular já mostrava a chamada perdida, o Pebble vibrava mostrando o nome da pessoa que havia ligado minutos atrás.

É LUXO SÓ

A impressão final é que o Pebble é essencialmente supérfluo: ele facilita coisas que já eram fáceis. É um luxo.

Isso fica claro em um trecho do vídeo oficial da campanha no Kickstarter: enquanto um rapaz lava a louça, o telefone toca. Ele olha para seu Pebble para ver quem é, conclui que deve atender e lava as mãos.

Durante os testes, eu cortava um tomate quando recebi uma ligação. Olhei para o relógio, decidi ignorar a chamada e prossegui com as minhas atividades.

Se eu não estivesse com o Pebble, teria que parar o que estava fazendo para pegar o celular. Perderia 15 segundos, mas o tomate continuaria ali, esperando que eu voltasse para terminar de cortá-lo.

Vale a pena pagar cerca de R$ 300 por pequenas conveniências como essas?

Talvez o preço se justifique em breve: o Pebble lançou nesta sexta-feira o kit que permite o desenvolvimento de aplicativos --um app de chave de segurança de banco, por exemplo, seria bem útil.

As possibilidades de software são imensas, desde que não exijam coisas como tela colorida, microfone e câmera frontal para videochamadas, que só poderão existir em uma próxima versão do relógio.

Ou no mítico iWatch, que, se realmente estiver sendo desenvolvido pela Apple, provavelmente fará o Pebble parecer tecnologia da União Soviética.


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