Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Tec

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Celular 'de Lego' levanta discussão sobre consumismo

Para reduzir desperdício, Phonebloks poderia ser atualizado como um PC

Projeto do holandês Dave Hakkens propõe um celular "que dure."

BRUNO FÁVERO DE SÃO PAULO

O conceito de um smartphone modular, chamado Phonebloks, aqueceu os debates sobre o desperdício ligado à indústria de eletrônicos.

Elaborado pelo holandês Dave Hakkens, ele prevê um telefone cujos componentes (câmera, processador, bateria etc.) sejam módulos independentes e removíveis, ligados a uma placa central.

Desse modo, o celular seria personalizável e teria vida útil prolongada --em vez de comprar um novo aparelho quando ele ficasse obsoleto ou quebrasse, usuários poderiam trocar partes específicas do antigo.

As reações à campanha do Phonebloks na internet variaram de defesas entusiasmadas a questionamentos sobre sua viabilidade técnica.

Enquanto alguns veículos e usuários celebraram a ideia como o futuro da telefonia, o site "FastCo" publicou uma crítica ("Por que o conceito de Lego não funciona em smartphones") dizendo que componentes separados, na verdade, aumentariam a quantidade de recursos e energia gastos pelo telefone.

Nos últimos anos, a indústria tem adotado um padrão chamado de "system-on-a-chip", tecnologia que junta vários componentes em uma única placa para economizar energia e materiais.

De certa maneira, é o oposto do que Hakkens propõe.

Kyle Wiens, cofundador do iFixit, comunidade on-line que ajuda usuários a consertarem seus eletrônicos, concorda que a ideia como concebida por Hakkens pode ser impossível, mas diz que o conceito de celular modular já poderia ser aplicado parcialmente, aumentando a vida útil dos aparelhos.

"Não tem motivo para a bateria de um celular não ser removível ou para não haver possibilidade de expandir sua capacidade de armazenamento, por exemplo. [...] É uma questão de obsolescência programada", disse Wiens à Folha por telefone.

Todo ano, o iFixit divulga uma avaliação que dá notas de 0 a 10 aos celulares, de acordo com a facilidade com que podem ser reparados.

A de 2013, publicada na semana passada, é liderada pelo Droid Bionic e pelo Atrix 4G, ambos da Motorola, que ganharam nota 9. "Mas ainda não há nada como um Phonebloks", diz Wiens. Vários modelos populares vão mal. Os novos iPhones, por exemplo, ficaram com 6.

Os telefones modulares são apenas uma ideia --Hakkens não sabe como funcionariam --, mas chamaram atenção.

O vídeo de divulgação foi replicado por sites como CNN e "Forbes" e passou de 14 milhões de visualizações. Em entrevista, Hakkens disse que já recebeu contato de fabricantes interessadas no projeto.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página