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Capital da pobreza alemã vira 'nova Berlim'

Aluguéis baratos e cena musical trouxeram jovens de volta a Leipzig, nova meca cultural a 190 km da capital

Turma dos viajantes festeiros captou a tendência; em 2013, a cidade registrou 2,8 mi de estadias em hotéis

DO "NEW YORK TIMES"

Em 1989, a cidade de Leipzig era polo industrial da então Alemanha Oriental e supostamente tinha a pior atmosfera do país. Fábricas despejavam toneladas de dióxido de enxofre no ar, e as vias aquáticas poluídas emitiam um odor fétido.

No entanto, passado um quarto de século, Leipzig deixou para trás sua reputação como a capital da pobreza da Alemanha e renasce como meca cultural --e, talvez, como a "nova Berlim". "Já ouvi essa definição, mas não gosto dela", diz o prefeito da cidade, Burkhard Jung. "Não somos Berlim; somos Leipzig."

Ao longo do último ano, Leipzig, com 530 mil habitantes e a 190 km da capital, está envolvida em um debate sobre o que é "cool" na Alemanha moderna.

Em fevereiro, surgiu um burburinho quando o blog americano Gawker declarou que "Berlim acabou". A história causou discussão em toda a Alemanha. "Berlim não acabou", protestou o diário "Der Tagesspiegel". "Berlim acabou, mas e daí?", resmungou a rede Deutsche Welle.

Não demorou para que Leipzig fosse arrastada para a briga. Muitos moradores propuseram a cidade como nova base europeia para os antenados na casa dos 20 anos.

As coisas começaram a mudar no começo dos anos 2000, quando a Porsche a BMW instalaram fábricas na cidade. A injeção de dinheiro levou Leipzig a começar a se renovar. E isso trouxe os jovens de volta. Os aluguéis baratos são um grande atrativo. Outros vêm pelo som.

A música não é novidade para Leipzig, lar de compositores como Bach e Wagner. Uma cena de casas noturnas e música tecno como a de Berlim se desenvolveu e bandas internacionais tocam no histórico UT Connewitz, espaço imenso que surgiu como cinema e se tornou casa de dança.

A turma dos viajantes festeiros na Europa captou a tendência. No ano passado, Leipzig registrou 2,8 milhões de estadias em hotéis, ante 1,6 milhão em 2006.

Em outras palavras: as coisas estão transcorrendo segundo o plano. Jung disse que dedica 10% do orçamento da cidade à cultura.

A cultura, aliás, era aquilo pelo que a cidade era conhecida muito antes das fábricas de automóveis, ele considera. E acrescenta que, já que é claro que Leipzig jamais reconquistará sua primazia industrial, o melhor é que se veicule como um parque de diversões artístico. A mensagem dele aos artistas: "Venham! É sexy viver aqui!".


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