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Antes e depois

Cusco, no Peru, homenageia seu maior fotógrafo, Martin Chambi, expondo suas imagens em vias públicas a partir da semana que vem

LEÃO SERVA COLUNISTA DA FOLHA

A cidade de Cusco homenageia seu maior fotógrafo a partir do próximo dia 19.

Cerca de 35 fotografias feitas por Martin Chambi (1891-1973) ao longo de sua carreira serão expostas em ampliações junto a lugares da cidade que ele retratou.

Permitirá ao observador de hoje se deliciar com sua obra ao mesmo tempo em que ele perceberá como a cidade mudou desde a primeira metade do século pas- sado, período em que as fotos foram feitas.

A exposição é organizada por seu neto Teo Allain Chambi, também fotógrafo, responsável pelo Arquivo Martin Chambi, que cuida da obra deixada pelo avô.

As fotos terão 3m x 4m e incluem alguns dos principais pontos da cidade que foi capital do imenso império Inca até a conquista pelos espanhóis em 1532.

Há várias delas localizadas em torno da Praça das Armas, ao redor da qual se concentra a vida mais intensa da cidade, tanto as mais importantes igrejas do período colonial quanto as lojas e restaurantes que atraem os milhares de turistas que visitam Cusco.

'ROMA ANTIGA'

Muitas de suas fotos são de prédios em Cusco, a grande metrópole pré-hispânica.

Chamada de "Roma das Américas", pelo número de ruínas de grandes palácios antigos, Cusco está localizada no topo da Cordilheira dos Andes, a cerca de 3.500 metros de altitude.

Com uma população atual de cerca de 500 mil pessoas, a cidade já era a maior da América, uma das maiores do mundo, quando os espanhóis ocuparam o centro do poder.

Tinha um traçado urbano organizado, como não conheciam os europeus e grandes edifícios construídos sobre grandes blocos de pedra talhada com técnicas esquecidas desde a decadência do império pré-colombino.

Ao conquistar o poder, os espanhóis adotaram os muros dos prédios incas como alicerces sobre os quais subiam paredes de adobe à moda europeia.

TERREMOTOS

Por duas vezes, a arquitetura dos espanhóis foi testada: desde a conquista, dois grandes terremotos aconteceram, um em 1650 e outro em 1950. Sem exceção, os muros incas resistiram intactos; muitos prédios foram destruídos em sua parte construída com a técnica europeia.

O violento terremoto de 1950 forçou a reconstrução de inúmeros prédios. Era um tempo de desenvolvimentismo: o estilo das novas construções se choca com o da arquitetura colonial.

"Um horror", classifica Teo Allain Chambi, para quem a exposição de fotos feitas por seu avô (as mais recentes mostram exatamente as a destruição provocada pelo tremor) vai permitir que o espectador compare como os arquitetos dos anos 1950 enfeiaram a velha cidade.


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