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Farol Alto

Síndrome de Super-Homem

Lançar carros com motores enormes e beberrões é uma forma de a indústria dizer que deseja voltar no tempo?

Quando vi as fotos da picape RAM Man of Steel, feita para divulgar o novo filme do Super-Homem (estreia em julho), pensei no quanto os americanos irão chorar quando o último dos V8 atuais deixar de equipar seus carros. Imagino texanos saudosos ao volante de modelos elétricos, contando aos netos como era bom o cheiro da gasolina.

Enquanto o fim não chega, a série especial carrega sob o capô o Hemi 5.7, que tem força de caminhão. Se colocarmos uma centena dessas picapes enfileiradas e acelerarmos fundo no sentido oposto ao da rotação da Terra, o planeta poderia girar ao contrário. Só não sei se o tempo voltaria para trás, como no "Superman" de 1978.

Em uma das últimas cenas do filme, o herói vivido por Christopher Reeve (1952-2004) encontra a Lois Lane interpretada por Margot Kidder morta em um desabamento. Então, "mudando como um deus o curso da história", o Homem de Aço dá voltas ao redor do globo até que o relógio comece a regredir. A mocinha ressuscita, é claro.

Cabe a pergunta: continuar a lançar carros com motores enormes e beberrões em tempos de redução de emissões é uma forma de a indústria dizer que deseja voltar no tempo?

Acredito que não. Os clássicos motores V8 americanos sorvem suas últimas gotas de gasolina, atendendo a um público que não conhece nada melhor para equipar seus utilitários de duas toneladas. Ao longo dos próximos anos, serão substituídos por sistemas híbridos mais eficientes e igualmente potentes.

Mas isso não significa abrir mão da força bruta, como prova o modelo La Ferrari. A mais recente "macchina" de Maranello vem com um motor elétrico de 163 cv que dá uma forcinha ao V12 de 800 cv.

OK, não é essa tecnologia híbrida que irá fazer o bólido italiano ser ecológico como um Toyota Prius, mas serve para mostrar que os esportivos e as picapes grandes irão sobreviver sem que seja preciso mudar o curso do mundo.


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