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Mercado argentino tem mais importados
Características técnicas como o tipo de combustível utilizado facilitam a chegada dos modelos estrangeiros ao país vizinho
No Brasil, é preciso obter maior volume de vendas para compensar gastos com adaptações, explica executivo
Uma rápida caminhada pelo centro de exposições em Buenos Aires revela que a maioria das marcas tem uma gama mais completa na Argentina, que recebe diversos modelos importados, principalmente da Europa.
A Renault, por exemplo, vende dez automóveis de passeio diferentes no país vizinho. No Brasil, são seis modelos em linha.
GOSTO EUROPEU
"Há uma diferença cultural entre os mercados. O consumidor argentino tem um gosto muito semelhante ao do europeu, com mais peruas, por exemplo. Já o Brasil tem mais identificação com os EUA e também é o paraíso dos utilitários esportivos", explica Dominique Musset, diretor de produto da Renault. A marca venderá na Argentina a quarta geração do Clio e o Mégane RS.
Diferenças técnicas também favorecem a pluralidade. Diferentemente do combustível europeu e argentino, a gasolina brasileira contém etanol. Por isso, os importados vendidos aqui precisam passar por adaptações.
"O imposto de importação na Argentina é mais baixo e não é necessário mexer no sistema de alimentação do motor. Isso reduz custos e acelera a homologação dos produtos", diz Musset.
VOLUME
A menor necessidade de modificações mecânicas permite que o carro seja importado em pequena quantidade, o que não ocorre no mercado nacional.
"No Brasil, é preciso que o modelo tenha maior volume de vendas para compensar os gastos com essas adaptações ou até o desenvolvimento de novos motores, no caso do flex", explica Carlos Gomes, presidente da PSA Peugeot Citroën para a América Latina.
"Outra vantagem é que, na Argentina, a venda de modelos importados está mais concentrada na Grande Buenos Aires, o que facilita o atendimento de pós-venda na rede de concessionárias. No Brasil, quando se vende um modelo importado, é preciso dar assistência técnica em quase todo o país, que tem proporções continentais. Isso eleva os custos da montadora e dos revendedores", diz Gomes.