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Clássico dos milhões

Entre o Maracanazo e a derrota de 2014, indústria automotiva nacional deixou de ser incipiente para virar uma das maiores do mundo

RODRIGO MORA DE SÃO PAULO

O abismo entre a década de 1950 e os tempos atuais na indústria automobilística é equivalente à grandeza de se conquistar cinco Copas do Mundo. Se o futebol não é mais o mesmo, mudaram também as formas de vender e usar o automóvel.

Embora o primeiro veículo --um Peugeot importado por Alberto Santos Dumont-- tenha chegado ao Brasil no fim do século 19, a indústria nacional é de fato implantada apenas em 1957, ano seguinte à criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (GEIA), programa do governo Juscelino Kubitschek que estabelecia as bases do parque fabril brasileiro.

A partir desse ano, carros, comerciais leves e caminhões passam a ser produzidos localmente, e não apenas importados ou montados.

MUDANÇA DOS VALORES

Nos primeiros três anos, a produção de automóveis era muito inferior à de comerciais leves, caminhões e ônibus. Em 1957, foram fabricados e montados 1.166 carros de passeio, ante 10.871 utilitários, 16.259 caminhões e 2.246 ônibus. Os dados são da Anfavea (associação das fabricantes).

Esse é o motivo de o utilitário Jeep Willys ter sido o automóvel mais emplacado no país em 1958. As 8.300 unidades vendidas são modestíssimas diante dos 14 mil Fiat Palio comercializados somente em junho de 2014, mês considerado ruim pela indústria.

Somente em 1960, a produção de carros de passeio chega ao patamar de 40 mil unidades e se iguala à dos outros veículos.

Os números atuais revelam a distância para aquele longíquo 1957: em 2013, foram 3,7 milhões de veículos produzidos, e 73% desses eram automóveis convencionais.

POTÊNCIA

Há uma enorme diferença também entre os carros, dilatada ao longo do tempo devido a novas tecnologias, além de fenômenos sociais e econômicos. Popular nos anos 1950, o Renault 4CV tinha motor traseiro de 760 cm³ e 21 cv de potência. Hoje, propulsores com tamanho similar (1.0) rendem quatro vezes mais potência e vão na parte frontal do veículo.

Se nas décadas de 60 e 70 os modelos de quatro portas eram "mico", agora são maioria; peruas eram o sonho das famílias, mas hoje foram substituídas por minivans e utilitários de luxo.

E nenhum engenheiro daquela época poderia imaginar que os automóveis usariam álcool derivado da cana, combustível hoje indispensável nos segmentos de entrada, que sequer consideram modelos sem tecnologia flex.


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