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Farol Alto

Sucata do século 20

Nossa cultura automotiva olha para o caminho à frente, e não para os rastros deixados no percurso

O setor automotivo pensa o futuro. Novas soluções aparecem semana após semana para manter a indústria viva. No Brasil, o governo dá incentivos e a evolução segue seu ritmo acelerado. O carro do amanhã será limpo e belo. Só não se sabe o que fazer com a sucata do século 20.

Os milhares de carros empilhados nos pátios dos departamentos de trânsito também poluem. Litros de óleo e fluidos vazam e contaminam o solo, as chapas de aço se deterioram e ainda há as substâncias tóxicas presentes em partes elétricas.

Peças descartadas em oficinas vão para o lixo comum. Com sorte, catadores conseguirão levar alguns componentes para ferros-velhos.

A sucata tende a aumentar. Automóveis importados que chegaram ao Brasil nos anos 1990 valem pouco. Por vezes, um carro com defeito custa menos que a peça necessária para colocá-lo em movimento. Seu destino é apodrecer.

Já os carros modernos são feitos para ser reciclados. Na União Europeia, a taxa de reutilização dos resíduos veiculares deverá atingir 95% até janeiro de 2015. Para que isso funcione, é preciso catalogar todas as peças e dar a elas o destino correto. O procedimento é previsto em lei.

Para nós, os processos de reciclagem foram incorporados ao cotidiano, mas não chegaram às garagens.

Sabemos dividir metais e plásticos, mas não fazemos ideia do que acontece com o filtro encharcado de óleo que ficou no posto de troca. Nossa cultura automotiva olha para o caminho à frente, e não para os rastros deixados no percurso.

Enquanto isso, o processo de reciclagem europeu gera empregos e poupa o ambiente de receber toneladas de detritos, além de forçar o desenvolvimento da indústria.

Um programa similar pode ter o mesmo efeito no Brasil, criando oportunidades de trabalho para milhares de catadores informais. Assim o programa Inovar-Auto se aproximaria mais rapidamente de objetivos importantes como modernizar a indústria e gerar renda.


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