Folha de S.Paulo

EcoSport automático é ágil no trânsito, mas consumo é elevado

RODRIGO LARA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Ford apresentou nesta semana mais duas opções para o novo EcoSport: uma com câmbio automatizado de dupla embreagem e outra com tração 4x4, conforme antecipado em julho pela Folha.

O EcoSport 4WD chega em janeiro, na versão Freestile (R$ 60.090). Já o automatizado Powershift estará nas revendas ainda neste mês nas configurações SE (R$ 63.390) e Titanium (R$ 70.890), que foi para a pista no teste Folha-Mauá. O motor é o Duratec 2.0 flex (146 cv).

Primeiro automatizado de dupla embreagem a equipar um carro produzido no Brasil, o câmbio Powershift é a grande novidade da linha.

Com seis velocidades, a caixa se destaca pelas trocas suaves e sem trancos. Ela aproveita melhor o motor 2.0 do que a caixa manual.

Segundo a Ford, o novo câmbio pesa 20 quilos a menos e proporciona consumo 10% menor do que uma caixa automática convencional.

Na prática, não é bem assim: o jipinho foi mal no consumo. Com etanol, registrou médias de 5,7 km/l na cidade e 7,5 km/l na estrada.

Na pista, para retomar de 80 km/h a 120 km/h, o modelo precisou de apenas 7s -3s mais rápido que o rival Renault Duster 2.0 automático.

Na cidade, além de poupar o pé esquerdo do motorista, o novo câmbio deixa o EcoSport mais esperto. Basta pisar no acelerador para o carro mostrar respostas vigorosas, sem a perda de rotação gerada pelo conversor de torque das transmissões automáticas tradicionais.

Contudo, a Ford ficou devendo aletas para a troca de marchas atrás do volante. As mudanças sequenciais podem ser feitas somente por botões pouco práticos instalados na alavanca de câmbio.

'BEBERRÃO'

No modo S (esportivo), as marchas são "esticadas". O motor passa a trabalhar em giros mais altos, algo útil em ultrapassagens. O Eco roda macio em velocidade de cruzeiro, mas o motor Duratec ainda apresenta funcionamento áspero, o que denuncia a idade do projeto.