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25/04/2012 - 20h16

As coisas que Dionne Warwick sabe

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MEGAN CONNER
DO "OBSERVER"

Em depoimento à repórter Megan Conner, do jornal inglês "The Observer", Dionne Warwick, 71, fala sobre o enterro da prima Whitney Houston, do desentendimento com Cilla Black e do fato de se sentir em casa no Brasil.

*

Me recordo de cantar quando eu só tinha seis anos: "Jesus Loves Me", na igreja do meu avô. Eu usava um vestido de organza e fitinhas, que minha mãe sempre punha em mim, e fechei meus olhos o mais forte possível. Quando os abri, todo o mundo estava sorrindo.

A última vez que chorei foi no funeral de minha prima Whitney [Houston]. Choro quando sinto necessidade, o que não acontece com muita frequência.

O Brasil é o meu lugar, é onde eu me sinto em casa. Os brasileiros amam sua família, seu país e Deus e não têm medo de mostrar isso a todo o mundo.

Sérgio Lima - 4.ago.11/Folhapress
Dionne Warwick encontrou a presidente Dilma Rousseff em agosto do ano passado, no Palácio do Planalto
Dionne Warwick encontrou a presidente Dilma Rousseff em agosto do ano passado, no Palácio do Planalto

Ser a provedora não é fácil quando você é casada. O ego do homem vira um problema, e eu já passei por isso em certo grau. Acho que precisamos partir de condições de igualdade.

Meu pior hábito é fumar. Fumo desde a faculdade e não quero abrir mão disso. Eu gosto.

Não tenho tempo para sonhar. Você deveria ver minha programação: durmo quatro ou cinco horas por noite e geralmente estou num avião já às 7h. Eu gostaria de dormir mais.

Há pessoas que já cantaram minhas canções e as fizeram deles: Aretha Franklin e Luther Vandross. E há uma mulher chamada Cilla Black (Warwick se irritou quando Black chegou ao primeiro lugar das paradas com "Anyone Who Had a Heart"). Já a encontrei algumas vezes e não foi culpa dela --foram os empresários dela.

Respeito os artistas jovens que trabalham para alcançar a longevidade. Não sei nada sobre Lady Gaga, mas sei sobre Mariah Carey e Beyoncé, sobre Toni Braxton e Anita Baker --pessoas que têm muita força.

O Reino Unido sempre foi muito boa para mim, e parece que eu tenho feito bem a ele. O país me abraçou desde o início dos anos 1960 e tem sido coerente e realmente leal.

O problema da fama é que você deixa de pertencer a você mesma. Você perda sua "persona" e torna-se objeto da obsessão de outras pessoas. Eu me sinto observada 90% do tempo, mas isso foi algo que acompanhou as cartas que eu tirei do baralho.

Há muitas pessoas que considero minhas amigas e de quem também sou fã. Paul McCartney é um amigo querido, Mick Jagger, também, e Stevie Wonder é maravilhoso. Nos conhecemos quando ele tinha nove anos, em Paris, e era adoravelmente talentoso.

Estamos todos neste mundo para servir àqueles que não podem servir a si mesmos. Podemos dar esperança às pessoas e mais razões para serem humanas. Nossa maior falha é o egoísmo --a síndromes do eu, meu e eu mesmo. Existem maneiras simples de resolver isso.

A música mudou drasticamente. Estamos vivendo na era do computador, e eu queria que pudéssemos voltar ao tempo dos músicos ao vivo, dos estúdios, de fazer discos juntamente com pessoas que amam fazer isso.

O que mais me traz alívio é fazer compras. Gosto de ir à Givenchy e às butiques. Já comprei muitas roupas lindas com meu dinheiro, mas eu ganhei esse dinheiro com meu trabalho.

Se o assunto é minha habilidade como mãe, acho que a prova está aí para quem quiser ver: dois filhos incríveis e seis netos.

Tradução de CLARA ALLAIN.

 

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