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18/06/2010 - 02h37

Ataques e poucas propostas marcam último debate na Colômbia

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DA EFE, EM BOGOTÁ

O último debate televisado entre os candidatos à Presidência da Colômbia antes das eleições deste domingo foi marcado por duros ataques de Antanas Mockus à campanha e à atitude "camaleônica" de seu rival e favorito, Juan Manuel Santos, e poucas propostas dos dois lados.

Mockus, do Partido Verde, se colocou no papel de "entrevistador" de Santos, do governista Partido Social da Unidade Nacional, e criticou fortemente suas "mudanças de posição" em assuntos como a luta contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e a política econômica.

Mockus acusou seu oponente de mudar frequentemente de postura e deu como exemplo o fato de Santos, que hoje em dia se mostra "duro com a guerrilha", ter proposto ao então presidente Ernesto Samper a negociação com as Farc.

"Eu nunca propus isso", replicou Santos, que afirmou que como ministro da Defesa (2006-2009) no governo atual do presidente Álvaro Uribe combateu as Farc com todos os instrumentos do Estado.

"Não pode ser sugerido que sou amigo das Farc", insistiu o candidato governista, que à frente da pasta da Defesa coordenou ações contra a guerrilha, como o resgate de 15 reféns em julho de 2008 - entre eles Ingrid Betancourt - e o bombardeio a um acampamento rebelde no Equador em março desse mesmo ano.

Para Santos, Mockus não quis debater nesta quinta-feira sobre propostas concretas e desviou o debate para assuntos menores, como as acusações à estratégia de campanha do partido do governo.

"Dentro da dinâmica das campanhas, apareceu de maneira cínica e descarada a utilização de rumores. Por isso estou atravessado por um sentimento que se chama indignação", enfatizou Mockus ao enumerar as "mentiras" ditas pela equipe de seu rival.

Em sua réplica, Santos negou que sua campanha tenha lançado rumores falsos para prejudicar Mockus e pediu aos colombianos que no domingo "votem como queiram, sem que se sintam constrangidos nem ameaçados por ninguém".

Entre os poucos pontos de concordância do debate, os dois candidatos esperam a ligação telefônica protocolar dos líderes do Equador, Rafael Correa, e Venezuela, Hugo Chávez, em caso de vitória das eleições.

Tanto Santos quanto Mockus reafirmaram, além disso, que desejam melhorar as desgastadas relações com o Equador e Venezuela pela "via diplomática", e esperam dos dois países uma maior colaboração na luta contra o narcotráfico e o terrorismo que afetam a Colômbia.

Para fechar o debate, Santos disse aos cidadãos: "O melhor jogo que podemos disputar (este domingo) é um jogo pela Colômbia", ao pedir que votem e não se deixem seduzir pelas três partidas da Copa do Mundo que serão disputadas no dia.

Além disso, reiterou sua proposta de criar um "Governo de união nacional" para gerar trabalho no país.

Por sua vez, Mockus afirmou que está disposto "a servir à Colômbia" se for eleito, ao destacar sua "vocação pela inovação", sua luta contra o clientelismo e sua defesa ao caráter sagrado da vida humana.

Das eleições deste domingo, para as quais Santos parte como favorito pelos 25 pontos de vantagem em relação a Mockus no primeiro turno, no último dia 30 de maio, sairá o sucessor do presidente Álvaro Uribe, que termina seus oito anos de mandato no próximo dia 7 de agosto.

 

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