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Defesa de Noriega pede absolvição e diz que pena de dez anos é escandalosa
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DA FRANCE PRESSE, EM PARIS (FRANÇA)
A defesa do panamenho Manuel Noriega pediu nesta quarta-feira a absolvição do ex-ditador no julgamento por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas nos anos 80. Os advogados criticaram o pedido de dez anos de prisão e 2,3 milhões de euros em multas de "escandaloso" e mantiveram a declaração de inocência.
A defesa pediu ainda ao Tribunal Correcional de Paris, presidido por Agnés Quantin, que "vá além da imagem de que os americanos apresentaram de Noriega, como um ditador e traficante de cocaína". Na véspera, o ex-ditador acusou os Estados Unidos de criarem uma "montagem bancário-financeira imaginária" para justificar a acusação de lavagem de dinheiro do cartel de Medellín.
O julgamento no Tribunal Correção de Paris deve ser encerrado hoje.
Noriega mantém o argumento de que lutou contra o tráfico de drogas e que o dinheiro veio de outras fontes, incluindo pagamentos da CIA (central de inteligência americana). Ele era considerado um aliado importante pela agência por anos antes de ter se unido com traficantes de drogas e ser implicado na morte de um rival político.
O ex-militar já foi julgado à revelia pelas mesmas acusações em 1999 pelo Tribunal Correcional de Paris, que impôs uma multa de 11,2 milhões de euros. O Tribunal pediu ainda sua extradição aos EUA, onde passou 20 anos cumprindo sentença por tráfico de drogas.
Capturado por soldados americanos que invadiram o Panamá em 1989, Noriega foi condenado nos EUA a 40 anos de prisão por tráfico de drogas, mas a pena foi reduzida e terminou em setembro de 2007. Noriega foi extraditado à França em 27 de abril e está em prisão em Paris.
Na sexta-feira passada, a Corte de Apelações de Paris recusou um pedido de liberação do ex-ditador, que reivindica seu estado de prisioneiro de guerra e sua imunidade como chefe de Estado. Assim, ele não pode usar seu uniforme militar na França.
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