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02/11/2011 - 14h11

Em greve, estudantes da Federal de Rondônia pedem saída do reitor

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AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM

Estudantes da Unir (Universidade Federal de Rondônia) entraram em greve e estão acampados há quase um mês na reitoria, em Porto Velho.

Eles se queixam da falta de estrutura e pedem a saída do atual reitor, José Januário de Oliveira Amaral, responsabilizando-o por irregularidades detectadas pela CGU (Controladoria-Geral da União) na universidade.

A greve na Unir começou em 14 de setembro e teve a adesão tanto dos estudantes como dos professores. Há 28 dias, um grupo de cerca de 300 estudantes invadiu o prédio da reitoria e mantém acampamento no local.

"No curso de engenharia elétrica, por exemplo, eram previstos 17 laboratórios. Não existe nenhum", diz o estudante Vinícius Nogueira, que cursa o sexto ano de medicina.

A pauta de reivindicações, que começou com reclamações quanto à falta de laboratórios e até mesmo de papel higiênico nos banheiros, em pouco tempo adquiriu caráter mais político.

"No decorrer da greve, a gente percebeu por que não tínhamos essas coisas. Houve improbidade administrativa", afirma o professor Adilson Siqueira, integrante do comando de greve.

Um relatório foi enviado ao MEC (Ministério da Educação), que designou uma comissão de sindicância para apurar as supostas irregularidades e deve divulgar os resultados até o final deste mês.

O comando de greve se baseia em auditoria da CGU sobre as contas de 2010 da Fundação Universidade Federal de Rondônia, entidade ligada à Unir.

No documento, a CGU aponta contratos não registrados no sistema de prestação de contas, irregularidades em licitações, falta de fiscalização da aplicação de recursos, má conservação de diversos campi e pagamento de gratificações indevidas a servidores.

Um dos problemas nas licitações foi a recusa de propostas de empresas que apresentaram valores menores que os efetivamente contratados pela universidade. A CGU diz no relatório que não foram adotados critérios objetivos para a recusa das propostas.

O clima é tenso na universidade e um professor chegou a ser preso na semana passada pela Polícia Federal durante um dos atos da greve, acusado de ser responsável pela explosão de uma bomba nas proximidades.

Por enquanto, não há perspectivas de solução. "Nossa exigência para acabar com a greve é que a vice-reitora assuma, ao menos enquanto durarem as investigações", diz Siqueira.

OUTRO LADO

Em entrevista coletiva concedida na semana passada, porém, o reitor Januário afirmou que não pretende renunciar por ter sido eleito "de forma democrática" para o cargo.

A Folha tentou contato durante todo o dia de ontem com a assessoria de comunicação da Unir para saber sobre o caso, mas não obteve retorno.

A universidade divulgou nota afirmando que as contas de 2010 foram aprovadas, ainda que com ressalvas, pela CGU e pelo MEC.

José Januário cumpre seu segundo mandato de reitor. Ele assumiu a reitoria em 2007 e foi reeleito para o cargo em 2010. A universidade foi criada em 1982.

 

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