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Universidades públicas vão receber estudantes vítimas do terremoto no Haiti
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LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO
Universidades públicas brasileiras vão receber estudantes haitianos que ficaram sem condições de estudar após o terremoto que devastou o país no começo do ano.
A expectativa é que até 500 alunos passem um ano e meio estudando no Brasil. O tremor de terra de janeiro destruiu grande parte das universidades haitianas.
Os primeiros alunos devem chegar em setembro ou outubro. A vinda deles está prevista em um acordo de cooperação para a reconstrução do sistema de educação superior da ilha assinado pelos dois governos.
Até agora, de acordo com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), quatro universidades confirmaram interesse em participar no programa: Unicamp, UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Universidade Federal do Rio Grande do Sul e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). No total, essas universidades estão oferecendo 172 vagas para os haitianos.
O total de bolsas oferecidas pela Capes é de 500, em um período de três a quatro anos. Ao todo, foram convidadas para participar do programa 22 universidades.
Nos primeiros seis meses, os alunos terão aulas intensivas de português --o idioma oficial do Haiti é o francês, mas quase toda a população fala o dialeto crioulo.
Depois, cursarão disciplinas de carreiras como medicina, enfermagem, arquitetura e engenharias. As áreas escolhidas, diz a Capes, são estratégicas, ligadas ao processo de reconstrução.
Segundo o secretário de Relações Internacionais da UFSC, Enio Luiz Pedrotti, os alunos terão que cursar o últimos período no Haiti, para garantir que retornem. O programa, diz ele, também visa impedir que os alunos percam aulas e desistam do ensino superior.
A Capes dará uma bolsa mensal de R$ 500 para os estudantes, além de passagens aéreas e uma verba de R$ 500 para instalação.
Os estudantes que virão para o Brasil ainda não foram selecionados. O processo é dificultado pela falta de documentos e de comunicação no país, segundo Cláudia Martinez, responsável pelo programa na UFSCar.
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