Escola que suspendeu prova após suspeita de hacker é notificada

A escola particular Latu Senso, primeiro lugar do Amazonas no Enem em 2009 e 2010, anunciou a punição de 300 alunos do terceiro ano do ensino médio após suspeitar que um grupo de estudantes conseguiu ter acesso a várias provas por meio de um hacker.

A escola decidiu que todos teriam de refazer as avaliações, o que revoltou alguns pais e levou o Ministério Público a notificar a instituição.

A advogada Izabel Cipriano de Andrade, mãe de uma aluna de 17 anos, disse que a coordenadora do colégio deu o aviso na manhã de quinta-feira (6) nas salas de aula, sem avisar os pais. Para Cipriano, a medida prejudicaria quem não se envolveu com o vazamento e precisa estudar para o Enem e vestibulares neste fim de ano.

O Conselho Estadual de Educação declarou que a escola tem autonomia para tomar medidas.

Já a promotora Sheyla Andrade dos Santos disse que a decisão sem consultar os pais feriu os direitos do consumidor. A escola será ouvida pela promotora na próxima semana.

Cipriano afirmou que o envolvimento do Ministério Público e do Conselho Tutelar levou a direção a voltar atrás nesta sexta (7). Ela disse que, mesmo assim, um grupo de pais fará denúncias de assédio moral porque os filhos ficaram "abalados".

A reportagem procurou a escola, mas foi informada de que ninguém daria entrevista.

O advogado do colégio, Marcelo Sabbá de Queiroz, disse apenas que a direção investiga o vazamento e que alguns pais "se exaltaram".