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10/06/2012 - 02h30

Atriz chilena vive ícone de seu país que lutava por povos oprimidos

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ANA ELISA FARIA
DE SÃO PAULO

Não é preciso saber quem foi e nem conhecer a obra da artista chilena Violeta Parra (1917-1967) para gostar do longa-metragem "Violeta Foi para o Céu", que entrou em cartaz nesta sexta-feira (8).

Dirigido por Andrés Wood, do doce e cultuado "Machuca" (2004), o filme, coproduzido por Argentina, Brasil e Chile, narra a trajetória da protagonista, conhecida principalmente por suas canções, como "La Carta" e "Volver a los 17". Além da célebre carreira musical, Violeta ainda ficou famosa com suas pinturas --que a levaram ao Louvre, na França, em 1964.

Ícone da cultura popular de seu país e personalidade da luta em favor dos povos oprimidos da América Latina, na obra ela é interpretada por Francisca Gavilán, 38, que, em um vaivém no tempo, também nos apresenta de maneira sensível a personagem nos papéis comuns de amante apaixonada e mãe carinhosa.

A atriz, também chilena, se preparou para o papel por dez meses e, apesar de não cantar há muitos anos, fez questão de fazer aulas de canto para passar mais veracidade na tela. "Em algum momento da produção se pensou que eu não cantaria, que outra atriz ou uma cantora fizesse a voz de Violeta, mas queria cantar e batalhei para isso", diz ela em entrevista à sãopaulo. Depois de sua elogiada performance, Francisca agora faz shows por seu país cantando músicas de Violeta Parra.

Divulgação
Francisca Gavilán em cena de "Violeta Foi para o Céu", filme vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Sundance 2012
Francisca Gavilán em cena de "Violeta Foi para o Céu", filme vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Sundance deste ano

Abaixo, leia a íntegra do bate-papo com a atriz.

*

sãopaulo - Como foi seu primeiro contato com a obra de Violeta Parra?
Francisca Gavilán - Desde quando era pequena meu pai escutava Violeta em casa. Era uma época [década de 1970] em que se ouvia muito Violeta Parra e Victor Jara. Depois, já adolescente, isso tornou-se mais forte em mim e eu curtia também Silvio Rodríguez. Mais do que isso não tínhamos. Creio que sabemos pouco sobre ela. Então, quando fui chamada para fazer o filme, tive que estudar muito e ler como uma louca sobre sua história.

De que maneira você foi parar no filme?
O Andrés [Wood] não me conhecia, nunca tínhamos trabalhado juntos e um dia ele me chamou para que eu apresentasse meu material filmográfico. Passaram-se alguns meses e fui convidada para participar da seleção do filme junto com outras atrizes. E fui a escolhida para o papel. Foi tudo uma loucura ele ter confiado em mim. Tive muita sorte.

Você se preparou muito para esse trabalho?
Tive a sorte de ter tido bastante tempo para estudar. A preparação, que durou dez meses, foi aos poucos, paulatinamente. Li muito sobre a história dela, a escutei todos os dias e fui treinando minha voz, pois desde a época da escola eu não cantava. Em algum momento da produção se pensou que eu não cantaria, que outra atriz ou uma cantora fizesse a voz de Violeta, mas pedi para fazer o teste porque queria cantar. Por sorte passei. E tive também uma preparação com o Ángel Parra [filho de Violeta que escreveu a biografia que originou o filme], que foi meu professor de canto e violão.

Existe algo da Violeta em você?
Sim. Acho que a paixão e a intensidade são as mesmas. Se algo me encanta eu vou atrás. Desde pequena quis ser atriz e penso que se não atuar eu morro, como ela, que, se não pudesse cantar ou pintar, enlouquecia. Sou intensa com meus filhos, com meu marido, no amor. Tenho isso de parecido com ela.

 

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