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22/08/2012 - 17h41

'Eu era aquele garoto que construía casa nas árvores', diz designer belga

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KÁTIA LESSA
DE SÃO PAULO

De 22 a 24 de agosto acontece a BoomSPDesign, um fórum internacional de arte, arquitetura e design. O evento acontecerá no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Vila Mariana, (zona sul), e no D&D Shopping (Centro de convenções WTC ), Brooklin Novo (zona sul). A sãopaulo conversou com alguns dos palestrantes internacionais, confira:

MAARTEN DE CEULAER

O belga Maarten De Ceulaer, 29, formou-se em Design na Sint-Lukas Hogeschool, em Bruxelas, e na renomada Design Academy Eindhoven, na Holanda. Seus móveis, objetos e instalações traduzem um olhar emocional sobre a sociedade. Um de deus trabalhos elaborados ainda na graduação, que envolvia móveis criados com malas empilhadas, foi imediatamente percebido pela galeria Nilufar, de Milão, que lhe encomendou uma coleção inteira. Além de prêmios, seus projetos já foram publicados em revistas de design e expostos em galerias, museus e feiras, entre elas a Moss, em Nova York, a Mint, de Londres e a Galerie BSL, em Paris. Além de participar de eventos importantes como o Lodz Design Festival, na Polônia e a Design Miami/Basel, na Suíça.

sãopaulo - É a sua primeira vez no Brasil?
Maarten De Ceulaer - Sim, e estou muito curioso sobre tudo por aqui.

Qual a sua ideia de design brasileiro?
Devo admitir que não conheço o bastante. Mas o pouco que já vi me impressionou. O Brasil é um país com uma grande diversidade cultural e eu acho que é isso que faz com o design de vocês seja tão eclético e diferenciado. Certa vez vi uma exposição de trabalhos de Sérgio Rodriguez, Jorge Zalszupin e Carlo Hauner e fiquei chocado com a beleza das peças. Existia uma honestidade no uso dos materiais, formas elegantes, simplicidade das linhas, conforto. E cada uma delas era distinta em relação a outra.
Tenho visto designers contemporâneos experimentando com toda sorte materiais, técnicas, linguagens e estilos. Gosto porque me parece honesto e novo.
Lembro de peças de Zanini De Zanine, que eu amei imediatamente. Especialmente uma cadeira com assento de metal. Já vi as enormes peças de madeira de Hugo França com couro que eram fantásticas. Adoro um banco de madeira da Julia Krantz, e claro, os irmãos Campana são uma grande fonte de inspiração para mim. Eu até fico com inveja dos trabalhos deles, uma inveja boa, claro.

Alguns desses brasileiros é o seu favorito?
Eu adoraria ter uma cadeira do Sérgio Rodriguez na minha casa. Quando olho para elas imagino que, ao sentar, nunca mais vou querer levantar. Principalmente na Cadeira Mole. Mas você já me faria bem feliz com as peças em metal do De Zanine, ou uma cadeira vermelha dos Campana.

O design é um curso relativamente novo. Como você se descobriu como designer?

Depois do colegial, no qual tive uma educação bastante formal, eu notei que precisava fazer alguma coisa que não fosse apenas memorizar teorias. Eu sou um cara muito inquieto, por isso eu tenho necessidade de fazer alguma coisa com minhas mãos para ser feliz. Quando pequeno eu era aquele garoto que construía casa nas árvores. Quando adolescente fazia móveis bizarros. Por um tempo achei que fosse cursar arquitetura, mas descobri que demorava muito tempo entre a concepção e realização de projetos nessa área. Notei que no design o tempo entre um protótipo e o resultado é mais rápido. Mas é claro que você ainda tem que apresentar isso para as galerias ou empresas que apostem no seu trabalho. Um dia fui visitar uma escola de design e me deparei com aquele grande playground de pessoas criativas. Foi assim que de um aluno medíocre na escola eu passei a ser um jovem muito motivado.

Qual a sua dica para jovens estudantes que queiram seguir nessa carreira?
Eu ainda sou muito jovem, portanto acho que não estou na posição de dar conselho a alguém. Porém, basicamente acho que eles devem encontrar o que gostam de fazer e acreditar neles mesmos. Não fique distraído com o que as outras pessoas querem que você faça, e principalmente não fique a espera de um momento mágico de inspiração. Trabalhe, mantenha os olhos abertos e trabalhe mais e mais.

Qual a sua criação favorita?
A série das maletas que fiz para a galeria Nilufar. Acho que esse foi meu primeiro projeto bem-sucedido e que me fez ficar confiante. A série "Mutações" e a "Balloon Bowls" também, porque elas são simples, mas me surpreendem a cada resultado.

Quais os três designers que mais te inspiram?
Gaetano Pesce, Achille Castiglioni, Charles+Ray Eames, Jurgen Bey, Hella Jongerius, the Bourroullecs, os irmãos Campana...A lista é muito longa.

 

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