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17/02/2013 - 03h00

Empresas de formatura de alto padrão miram estudantes da classe média

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MARCELO QUAZ
DE SÃO PAULO

Alugar o salão da Fecomercio, na região central, foi a solução boa e barata que uma turma de 35 formandos em odontologia da Unisa (Universidade de Santo Amaro) encontrou para fazer sua festa de formatura para 400 convidados, no fim do mês passado.

Para a noite de gala, comissão de formandos e agência de formaturas seguiram a praxe --a festa tinha que ter banda, bufê e open bar. Para conseguirem pagar a festa, no entanto, escalaram salgadinhos entre as comidas e cerveja, saquê e vodca nacionais entre as bebidas. A atração da noite foi a banda San Marco, que toca cover de bandas de axé a pop rock.

Poderia ter Jorge Ben Jor ou Chiclete com Banana (cujo cachê pode chegar a R$ 500 mil), vodca Absolut (R$ 62 a garrafa), uísque 12 anos (média de R$ 60 a garrafa) e gratinados de alcachofra (R$ 90 o bufê por pessoa), como frequentemente acontece em festas de turmas mais abastadas, como as da FGV (Fundação Getulio Vargas) e da Faap (Fundação Armando Álvares Penteado). Nelas, a mensalidade não custa menos de R$ 2.000.

No lugar, vodca Smirnoff (R$ 22,50 a garrafa), salgadinhos e outras receitas (R$ 35 o bufê por pessoa) e a banda San Marco (cujo cachê é R$ 15 mil) foram mais compatíveis com o bolso da turma da Unisa, que pelo curso pagou, em média, R$ 1.300 por mês.

Os formandos puderam economizar em cada detalhe, mas não imaginavam que a festa teria a cara de um verdadeiro baile de formatura, com caprichados arranjos florais. "A festa está acima das minhas expectativas, mais bonita do que as outras formaturas a que eu já fui", disse Bruna Bonanome, 21, na festa em que a sãopaulo esteve presente, em janeiro.

Segundo Jorge García, 24, gerente de marketing da Ás Formaturas, que organizou o baile, as festas ficam, em geral, parecidas, já que alguns dos fornecedores são os mesmos.

"Então, comida, bebida e banda são os pontos onde é possível mexer para ter o formato tradicional a custos mais baixos", afirma ele.

Para Richard Sader, dono da empresa, criada em 2002, essa é a solução para atender à crescente demanda das turmas egressas de universidades privadas menos tradicionais, como Unisa, Uniban, Unip e Uninove, entre outras, de onde saem o maior número dos graduados.

Entre os 6,2 milhões de universitários do país, 81% estão matriculados em universidades privadas e 68% do total se enquadram na classe C, diz o Instituto Data Popular. Para a entidade, que se baseia no relatório "Definição da Classe Média no Brasil", feita pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a classe C inclui famílias com renda de R$ 1.110 a R$ 3.875.

"Temos áreas na empresa que atendem exclusivamente esse público, que nos últimos dois anos passou a representar 20% dos nossos clientes", diz Sader, segundo quem é a mensalidade da faculdade que baliza o negócio com as comissões de formatura.

O baile da Unisa custou R$ 2.500 por formando, com direito a uma mesa para dez convidados --R$ 250 por convidado. Já uma turma da Escola Paulista de Medicina, por exemplo, fechou festa para o ano que vem por R$ 7.059 por formando, com direito a 20 convites --R$ 352,95 por convidado.

 

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