Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Acompanhe a sãopaulo no Twitter
12/07/2010 - 10h33

Empresas de tecnologia digital ocupam casas históricas em vila

Publicidade

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

Coletivo Garapa/Folhapress
Casa da Cultura Digital e seu coletivo, que ocupam construção histórica nos arredores da Barra Funda e de Campos Elíseos
Casa da Cultura Digital e seu coletivo, que ocupam construção histórica nos arredores da Barra Funda e de Campos Elíseos

Numa vila histórica escondida na rua Vitorino Carmilo, entre a Barra Funda e os Campos Elíseos, está instalada há pouco mais de um ano a Casa de Cultura Digital --coletivo formado por dez pequenas empresas que resolveram dividir um mesmo espaço, trocar ideias e fazer projetos em conjunto.

Entre redes de alta velocidade, softwares livres e atmosfera informal, cada uma das organizações que compõem o "escritório coletivo" trabalha com um segmento --edição de vídeo, educação, tecnologia, produção cultural, comunicação em multimídia, fotografia. Em comum, as cerca de 40 pessoas que ali trabalham apostam que a era digital muda a forma de o mundo se relacionar cultural e politicamente.

"Vivemos numa era em que todo mundo fala em colaboração, em participação. Como é botar isso em prática? Nós estamos tentando descobrir", diz Rodrigo Savazoni, que lida com estratégias para comunicação e cultura digital.

Mas foi num espaço físico "à moda antiga", com pátios, fontes, muitas árvores e gatos passeando, que o coletivo tecnológico ancorou seu roteador e instalou sua grande rede: hoje, eles ocupam três sobrados da
Vila Parque Residencial Savoia, conjunto arquitetônico em estilo florentino construído na década de 30 e tombado no ano passado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico).

As casas em tijolo aparente são sustentadas por colunas frontais torneadas e decoradas com torres, escudos e gárgulas. O complexo é famoso por ter servido de cenário para o episódio de abertura da série "Castelo Rá-Tim-Bum", da TV Cultura, mas, ao longo dos anos, o local tem sido usado para uma série de outras gravações televisivas --comerciais, clipes, anúncios imobiliários.

"Um escritório mais tradicional provavelmente não toparia ocupar um 'castelinho' como este", diz André Deak, diretor da Fli Multimídia.

Segundo ele, todas as empresas ali instaladas atuam politicamente de forma apartidária. "Os projetos envolvem liberação de conteúdo na rede a partir de bases democráticas como Creative Commons."

As casas ocupadas pelo grupo são divididas em salas de trabalho de cada organização. O aluguel e as despesas fixas são compartilhados, bem como a cozinha, uma sala de reuniões e um espaço com pufes e almofadas onde fazem eventos: festas, lançamentos, encontros. Alguns cursos já aconteceram no local e o coletivo estuda a ideia de se criar ali uma "escola livre" de cultura e tecnologia.

"Cada uma das empresas tem seu jeito e seu perfil, mas se juntam quando querem fazer projetos integrados", explica Fabio Maleronka Ferron, que coordena uma série de cem entrevistas com produtores culturais brasileiros. O material será disponibilizado na rede e transformado em livro.

Antes de se instalar no local, o grupo planejava alugar um casarão antigo na Bela Cintra, mas ele foi comprado por um empreendimento imobiliário e posto abaixo. Quando viram a placa de "aluga-se" pregada no portão de ferro da entrada da vila histórica, foram correndo descobrir quem era o proprietário.

"A Barra Funda está se transformando. Vários cineclubes e companhias de teatro estão instalando sede por aqui", diz Ferron.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página