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08/09/2011 - 15h56

Explosão de "dog-walkers" mistura diversos tipos de passeadores

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LÍVIA SAMPAIO
DE SÃO PAULO

Com a falta de tempo do paulistano para quase tudo -e a consequente terceirização de quase tudo-, passeadores de cachorros profissionais têm ganhado espaço nas calçadas dos bairros residenciais da cidade.

Mas é preciso ficar de olho na qualidade do serviço dos "dog-walkers": se eles não souberem liderar o grupo, os animais podem arrumar briga, se machucar ou até fugir. "Tem gente que chega a chutar os cachorros, pois não consegue controlá-los", afirma o adestrador Fábio Miranda, 29.

Maria do Carmo/Folhapress
A veterinária Vanessa Cubas, que usa patins para passear com cães, no parque Ibirapuera, em São Paulo
A veterinária Vanessa Cubas, que usa patins para passear com cães, no parque Ibirapuera, em São Paulo

Em Higienópolis, bairro da região central com grande concentração de cães, a concorrência é grande. "Prefiro passear com um cachorro por vez. É melhor para mim e para ele", diz Bruna Bressan, 20, que trabalhava em um "pet shop" e virou passeadora há um ano e meio. Para sair cinco vezes por semana com o cão, por uma hora, ela cobra R$ 250 por mês.

O valor é R$ 100 mais alto do que o cobrado pelo passeador Júlio César Fujarra, 40, ex-segurança que diariamente leva os cães para o parque Buenos Aires. Mas sua equipe de quatro passeadores, vestidos com camisetas roxas, é alvo de reclamações de frequentadores. Num blog dedicado ao parque, já o acusaram de bater em um cocker spaniel, andar com duas mestiças de pitbull sem focinheira e não vigiar os cachorros por estar ao celular.

Ele nega. "Já escrevi para o blog me defendendo, mas não publicaram. Jamais faria isso [bater em um cachorro]. Estou na área há quatro anos, as pessoas me conhecem." Sobre as pitbulls, Fujarra afirma que as cadelas são mansas. Pela lei estadual, cães rottweiler, mastim napolitano, pitbull, american staffordshire terrier e mestiços dessas raças só podem andar com guia e focinheira.

PASSEIO RECREATIVO

Com a maior concorrência, os preços em Higienópolis acabam sendo mais baixos do que os de outras regiões. No Morumbi, por exemplo, muitos passeadores cobram em torno de R$ 350 por mês para sair de segunda a sexta-feira, por uma hora.

O valor sobe quando o serviço envolve diferenciais. A Dogwalker, atuante em bairros como Brooklin, Vila Mariana e Moema, cobra R$ 510 por mês. "É um passeio recreativo. Buscamos os cães de carro e os levamos ao parque Ibirapuera, onde ficam soltos. E eles ainda passam por uma higienização", diz a veterinária Vanessa Cubas, 30, que também passeia de patins e skate com os cães no parque.

A função de "dog-walker" não é regulamentada, mas vem se profissionalizando. Hoje, há cursos voltados para a área, que ensinam a lidar com os cães e até com os donos.

Na ativa desde 1996, Fernando Baiardi, 45, dá cursos há cinco meses. O ex-executivo diz que, trabalhando de segunda a sexta, é possível ganhar cerca de R$ 5.000 mensais. "Mas não é um dinheiro fácil. O escritório é na rua: não tem banheiro, cozinha. Sem falar no cansaço do braço. E é preciso estar o tempo todo ligado nos cães."

Para o professor da USP César Ades, especialista em comportamento animal, contratar um passeador é melhor do que deixar o cão confinado, mas não substitui o laço com o dono. "É bom que ele faça o passeio de vez em quando. O cão é como uma criança: gosta de passear com os pais."

FAÇA VOCÊ MESMO...

Profissionais dão dicas para quem passeia com seu cão

  • O enforcador (ou colar corretivo) é o melhor para corrigir atitudes indesejáveis. Posicione-o acima das orelhas e só puxe se necessário
  • Machos só precisam urinar até três vezes por passeio. Mais do que isso é para marcar território -não estimule
  • Direcione seu cão para fazer xixi em locais permeáveis, com terra, para evitar cheiros ruins no bairro
  • Se o seu cachorro é daqueles que saem puxando, tente mantê-lo ao seu lado, e não à sua frente

...OU CONTRATE ALGUÉM

  • Como escapar das ciladas e escolher o passeador ideal
  • Peça referências de outros clientes
  • Veja se o "dog-walker" demonstra segurança e se é ele mesmo que vai fazer os passeios
  • Pergunte se ele fez algum curso
  • Segundo os profissionais ouvidos pela reportagem, cada um consegue levar, no máximo, cinco cães -desde que a matilha tenha o mesmo porte, temperamento e condição física
  • É indicado que o passeador solicite um atestado de saúde do cão, emitido por um veterinário
 

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