Descrição de chapéu mudança climática

Reino Unido aprova nova mina de carvão pela primeira vez em décadas

Ambientalistas criticam decisão, que compromete metas assumidas por britânicos

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Reuters

O Reino Unido aprovou nesta quarta-feira (7) sua primeira nova mina de carvão em décadas para produzir o combustível altamente poluente usado na siderurgia, projeto que, segundo críticos, prejudicará as metas climáticas britânicas.

A Woodhouse Colliery, a ser desenvolvida pela West Cumbria Mining no noroeste da Inglaterra, busca extrair carvão de coque que é usado na indústria siderúrgica, e não em geração de eletricidade. A expectativa é criar cerca de 500 empregos.

O projeto, apresentado em 2014, foi criticado pelo próprio painel consultivo climático independente do governo britânico, bem como por ativistas e organizações climáticas, incluindo Greta Thunberg e o Greenpeace.

pilhas de carvão em um depósito
Carvão usado em locomotivas na Inglaterra, em foto de abril de 2022 - Oli Scarff - 20.abr.2022/AFP

Espera-se que a maior parte do carvão produzido seja exportado para a Europa. Documentos de planejamento mostram que mais de 80% do carvão que a mina produzirá anualmente deverão, após cinco anos, ser enviados para um terminal de exportação na costa leste da Inglaterra.

As emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de carvão –como nas usinas de aço e de energia– são o maior fator de contribuição para as mudanças climáticas, e a independência dos países do carvão é considerada vital para atingir as metas climáticas globais.

O Reino Unido aprovou leis que exigem que todas as emissões de gases de efeito estufa sejam zeradas até 2050.

No início deste ano, o presidente do Comitê Independente de Mudanças Climáticas do Reino Unido, John Gummer, disse que o projeto de Woodhouse é "absolutamente indefensável".

A mina de carvão, do tamanho de aproximadamente 60 campos de futebol ou 23 hectares, deve levar dois anos para ser construída, a um custo estimado, em 2019, em 165 milhões de libras (R$ 1 bilhão). A mina está prevista para ser operada por 50 anos.

Ela fornecerá para siderúrgicas no Reino Unido e na Europa Ocidental e empregará pouco mais de 500 trabalhadores quando atingir o pico de produção após cinco anos, com mais de 80% deles trabalhando no subsolo na produção de carvão.

O Reino Unido, berço da revolução industrial, já empregou 1,2 milhão de pessoas em quase 3.000 minas de carvão. Sua última mina profunda foi fechada em 2015.

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