Siga a folha

Descrição de chapéu Dias Melhores COP-24

Projeto leva energia solar à Amazônia para impulsionar a economia local

ONG, junto ao ICMBio, conseguiu doações de 300 antigos painéis solares, que estavam sem uso

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

Em muitos pontos da Amazônia, a energia não chega. A única alternativa são geradores à base de combustíveis que garantem energia por poucas horas à noite — depois, breu.

Um projeto, porém, pretende demonstrar que a energia solar é a melhor opção econômica para comunidades extrativistas isoladas na maior floresta tropical do mundo. 

"Estamos no século 21, a gente falando no celular, com acesso a ultratecnologia e muitas pessoas vivendo com energia do século 19", diz Alessandra Mathyas, analista de conservação do programa clima e energia do WWF-Brasil. "Elas vivem com um barulho ensurdecedor do motor até as 10h, quando acaba a gasolina e apaga tudo."

Painéis solares instalados em casa de reserva extrativista na Amazônia - Samara Souza/WWF-Brasil

A ONG, junto ao ICMBio, conseguiu doações de 300 antigos painéis solares, que estavam sem uso — eram parte do extinto Prodeem (Programa de Eletrificação de Estados e Municípios — ertencentes ao Ministério de Minas e Energia. Uma aquisição às cegas, segundo Mathyas, já que não havia como saber o estado dos instrumentos. 

Os painéis foram destinados a algumas comunidades de duas reservas extrativistas (resex) — unidades de conservação nas quais populações tradicionais, como ribeirinhos, utilizam os recursos naturais de forma sustentável: a resex Ituxi, na qual vivem 17 comunidades, e a Médio Purus, com 97. Ambas ficam no município de Lábrea (AM).

Para essas comunidades, a disponibilidade de energia elétrica vai muito além de assistir à televisão e carregar o celular. Está relacionada à possibilidade de refrigerar e preservar melhor a comida. 

Além disso, os geradores tradicionais exigem a compra e o armazenamento de combustíveis, o que gera mais gastos quando comparado a uma fonte de energia gratuita e abundante como a luz solar. Com mais energia disponível, também se torna possível intensificar produções locais, como de mandioca e açaí. 

Os painéis instalados nas resex foram destinados a essas atividades e para o bombeamento de água de poços —as comunidades costumam usar água de rios para tomar banho, lavar roupa, fazer comida e beber. "Eles falaram que reduziu bastante o número de pessoas com casos de diarreia, que era provocada pela água do rio", diz Mathyas.

Outra preocupação da iniciativa foi capacitar a população e eletricistas locais para manutenção dos painéis.

O projeto Resex Solar, apresentado na sexta (14) na COP-24, agora pretende consolidar os dados que coletou desde a instalação dos painéis para mostrar a sustentabilidade econômica, social e financeira trazida pela energia solar nas comunidades. A ideia é conseguir influenciar políticas públicas relacionadas.

Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a energia solar representa cerca de 1% da geração brasileira.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas