Fernando de Noronha proíbe venda e uso de itens de plástico descartável

Medida entrará em vigor em abril de 2019; ilha só consegue reciclar 30% do lixo que produz

São Paulo

Em 2019, nenhum canudo, talher ou copo de plástico descartável será permitido na ilha de Fernando de Noronha. 

Um decreto assinado na quarta (12) por Guilherme Rocha, administrador geral do distrito estadual de Fernando de Noronha, proíbe a entrada, a venda e o uso desses itens. Sacolas plásticas e isopor descartável também entraram na lista. 

As exceções são as garrafas plásticas com capacidade maior do que 500 ml, caixas de isopor que podem ser reutilizadas para transporte e o filme plástico que embala alimentos (como frios em supermercados). 

Sacos de lixo também não entraram na lista dos itens proibidos porque, segundo Rocha, não é fácil encontrar o saco de material sustentável do tradicional nem diferenciar um tipo do outro para fins de fiscalização.

A medida entrará em vigor em abril de 2019, para que haja um período de adaptação. Segundo Rocha, será elaborado um plano de ação para orientar moradores, turistas e empresários. 

“Primeiro pensamos em proibir o canudo de plástico. Então por que então não proibir tudo? Começamos a elaborar o decreto neste ano, e desde outubro me aproximei de Bruno Gagliasso [ator que tem uma pousada na ilha], que me indicou a Fernanda Cortez, da plataforma Menos 1 Lixo, que virou parceira desse projeto. Ouvimos também o conselho distrital da ilha e os estabelecimentos comerciais, que deram apoio à iniciativa.”

Segundo Rocha, o lixo ainda é um problema na ilha. A Folha já noticiou no passado o acúmulo de dejetos em um terreno entre a praia da Cacimba do Padre e o aeroporto. Oficialmente o local funcionava como usina de compostagem, mas na prática era um lixão. 

Animais ao redor de lixão localizado perto da praia da Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha (PE), em foto de 2011
Animais ao redor de lixão localizado perto da praia da Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha (PE), em foto de 2011 - Folhapress

Rocha afirma que hoje o local é uma usina de tratamento de resíduos sólidos como parte de um TAC (termo de ajustamento de conduta) com o Ministério Público, mas a ilha ainda não consegue reciclar mais do que 30% do lixo que produz. O lixo restante é enviado ao Recife. 

“Melhorar essa taxa é o próximo passo. Queremos transformar Noronha em modelo de gestão sustentável.”

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