Siga a folha

Dias após ataque de Bolsonaro, base do ICMBio é assaltada em Roraima

Bandidos armados levaram quadriciclos e motores de popa; dias antes, presidente disse que estava "do lado do pessoal que não é muito chegado no ICMBio"

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Manaus

Uma base do ICMBio em Roraima foi tomada de assalto neste fim de semana por homens armados. Os criminosos levaram material de garimpo recém-apreendido e patrimônio do órgão ambiental federal, incluindo quadriciclos e motores de popa.

O episódio mais grave ocorreu no domingo (30), quando homens encapuzados renderam três brigadistas que estavam na base da Estação Ecológica de Maracá, localizada às margens do rio Uraricoera. É o mesmo rio que atravessa a comunidade yanomami Palimiú, alvo de diversos ataques de garimpeiros armados durante o mês de maio.

Os criminosos obrigaram os brigadistas, indígenas da região contratados pelo ICMBio, a carregar o material roubado até o porto, a cerca de dois quilômetros da base. Em seguida, deixaram o local de barco. Os funcionários então avisaram sobre o assalto por meio de WhatsApp, segundo relatos obtidos pela reportagem.

Um dia antes, no sábado (29), homens armados já haviam levado um barco de garimpeiros apreendido durante a Operação Maracá, que envolveu fiscais do ICMBio e policias da Força Nacional (FN) e havia sido encerrada em 22 de maio.

Porto da base do ICMBio na Esec (Estação Ecológica) Maracá, às margens do rio Uraricoera, em Roraima; local foi atacado por bandidos no fim de semana - ago.20/Arquivo pessoal

A operação visava o combate de garimpos ilegais localizados dentro da Estação Ecológica (Esec) de Maracá, unidade de conservação federal administrada pelo ICMBio. Possui 103 mil hectares e foi criada em 1981, ainda durante a ditadura militar.

O ataque ocorre dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter atacado diretamente o órgão. Em live na quinta-feira (27), disse: “Fico do lado do pessoal que não é muito chegado no ICMBio, para deixar bem claro”.

A transmissão foi feita durante visita a um pelotão de fronteira dentro da Terra Indígena Yanomami (AM/RR), que sofre com a crescente invasão de alguns milhares de garimpeiros, responsáveis pela destruição de margens de rios, contaminação das águas por mercúrio, além de introduzir armas, drogas, álcool e prostituição.

Em reação a Bolsonaro, vários funcionários e seus familiares gravaram um vídeo em quem afirmam ter “orgulho de ser servidor público do ICMBio e de cuidar da natureza do Brasil”.

Desde que Bolsonaro foi eleito, em 2018, servidores do ICMBio relatam aumento de episódios violentos, em meio a reiteradas declarações do presidente contra a a fiscalização ambiental e a promessas de legalizar o garimpo dentro de áreas protegidas.

Material apreendido em garimpos ilegais durante operação do ICMBio na Esec Maracá, em Roraima. - mai.21/Arquivo pessoal

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas