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COP29 lança fundo para petróleo financiar prevenção de desastres climáticos

Mecanismo precisa de US$ 1 bi para funcionar; doações iniciais ainda não foram divulgadas

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Baku (Azerbaijão)

A organização da COP29, conferência sobre clima da ONU (Organização das Nações Unidas), oficializou nesta sexta-feira (19) a criação de um fundo para utilizar dinheiro do petróleo para financiar a prevenção a desastres e projetos de adaptação à mudança climática.

O piso para o mecanismo começar a funcionar, considerando seu custo operacional, é de US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bi).

Yalchin Rafiyev, negociador-chefe da COP29, afirmou que o Azerbaijão, que é sede do evento e também um dos mais importantes produtores de petróleo e gás do planeta, será o primeiro doador.

Yalchin Rafiyev, negociador da COP29 - AFP

O valor da contribuição de estreia ainda não foi definido nem quais outros países ligados ao setor irão participar. Será aberta uma rodada inicial para que interessados se apresentem para integrar o fundo.

O objetivo, ainda segundo o negociador, é que o mecanismo seja mais ágil do que os fundos já existentes, e, por isso, ele será operado pelos próprios contribuintes, não por uma instituição financeira.

A sede do fundo será no próprio Azerbaijão, e uma empresa ficará responsável por auditá-lo.

Metade do valor arrecadado será voltado para projetos sediados em países em desenvolvimento, com foco em áreas como transição energética, populações vulneráveis e desenvolvimento de novas tecnologias.

Os outros 50% serão destinados a contribuir para que os países atinjam suas NDCs —sigla em inglês para as metas de corte de emissões de gases-estufa determinadas por cada nação dentro do Acordo de Paris.

Haverá também um subfundo, alimentado com a renda do próprio fundo, que será usado exclusivamente para ações de resposta rápida a desastres climáticos. Rafiyev disse que o mecanismo reinvestirá em si mesmo todo o seu possível lucro.

O principal objetivo da COP de Baku, que será realizada em novembro, é criar uma nova meta global de financiamento das ações climáticas —tema que tem causado impasse entre os principais países do mundo.

O Azerbaijão é o terceiro país seguido ligado fortemente ao petróleo a sediar a conferência climática —antes, Egito, em 2022, e Emirados Árabes, em 2023, foram as sedes.

O Brasil receberá a COP30, em 2025, que está marcada para acontecer em Belém, capital do Pará.

Como mostrou a Folha, as dificuldades logísticas da cidade fizeram, no entanto, o governo estudar dividir o evento em mais cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro.

Atualmente, porém, o plano é criar alternativas para desafogar a rede hoteleira da cidade e manter a reunião no Pará.

Uma dessas possibilidades é antecipar a reunião de líderes, o que segundo os organizadores reduziria o pico de pessoas simultaneamente hospedados na cidade de cerca de 50 mil para 30 mil.

A COP também deve usar ampliar a base aérea da Força Aérea que fica em Belém para poder receber aeronaves como o Air Force One, do presidente dos Estados Unidos, e também contar com outros aeroportos próximos para estacionar mais aviões que não couberem no Pará.

A ideia de um fundo financiado pelo setor dos combustíveis fósseis foi anunciado recentemente pelos organizadores do evento no Azerbaijão.

Nesta sexta, além do lançamento oficial do mecanismo, a COP29 também divulgou iniciativas que vão nortear as ações do evento. Por exemplo, um chamado para que países criem áreas de produção de energia renovável e de estocagem desta energia, além de uma mobilização pelo avanço do hidrogênio verde no mundo, seja pelo impulso a novas legislações ou desenvolvimento tecnológico.

Os organizadores também querem criar uma trégua global enquanto durar o evento, pausando guerras como a da Ucrânia ou a da Faixa de Gaza. A ideia, contudo, ainda não conseguiu adesão das principais lideranças do mundo.

O repórter viajou ao Azerbaijão a convite da organização da COP29.

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