Recuo de geleiras nos Andes é sem precedentes na civilização humana, mostra estudo
Autores de pesquisa publicada nesta quinta se dizem chocados com conclusões
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
O recuo recente de geleiras nos Andes é algo sem precedentes na história da civilização humana, afirma um novo estudo publicado nesta quinta-feira (1º) na revista Science. A descoberta chocou cientistas, que inicialmente planejavam estudar o atual estado das geleiras e como elas mudavam ao longo da civilização humana.
"Achamos que estávamos décadas distantes desse resultado", disse Andrew Gorin, principal autor do estudo, que inicialmente achou que os resultados eram um acaso. Eles foram confirmados, no entanto, por amostras posteriores.
"Isso mostra que está acontecendo mais rápido do que aqueles que estudam o tema imaginavam."
Gorin e o time de cientistas fizeram datação do carbono de rochas expostas recentemente pela redução das geleiras, medindo os níveis dos nuclídeos de berílio-10 e carbono-14, descobrindo que suas concentrações eram quase zero.
"Basicamente, se sua rocha consegue ver o céu, ela está acumulando esses nuclídeos", disse Gorin, acrescentando que a taxa desses nuclídeos mostra que a rocha não esteve exposta durante o Holoceno, há 11,7 mil anos, ou até mais.
"Eu apostaria todas as minhas economias que, de fato, essas geleiras estão menores do que eram desde o último período interglacial", que terminou há cerca de 115 mil anos, afirmou Gorin.
"Acho que é um sinal de que estamos deixando para trás as condições climáticas às quais estávamos acostumados, nas quais construímos a civilização global como a conhecemos", disse.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters