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Fenômeno La Niña, que baixa temperatura da Terra, vai atrasar, alerta ONU

Meteorologistas revisaram previsões; fenômeno tem 60% de chances de começar até fevereiro de 2025

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São Paulo | AFP

A OMM (Organização Meteorológica Mundial) modificou nesta quarta-feira (11) suas previsões e indicou que o fenômeno meteorológico La Niña, que costuma trazer chuvas e temperaturas mais baixas, poderia atrasar e não chegar no final deste ano, como estava previsto.

Agora, a probabilidade de que as condições neutras atuais (ou seja, sem a ocorrência do El Niño ou La Niña) deem lugar a um episódio de La Niña é de 55% para o período de setembro a novembro e de 60% para outubro a fevereiro.

Morador da vila de Itacuã, na zona rural de Porto Velho (RO), caminha por faixa de areia que se formou no rio Madeira. Potencializado pela crise climática, o El Niño provocou uma seca extrema na amazônia em 2023, que se repete neste ano - Folhapress

Em sua previsão anterior, de junho, o órgão meteorológico da ONU (Organização das Nações Unidas) estimava em 60% as possibilidades da chegada de La Niña entre julho e setembro e 70% entre agosto e novembro.

O La Niña é caracterizado pelo resfriamento das temperaturas da superfície do oceano no Pacífico equatorial central e oriental. Esse fenômeno está associado a mudanças na circulação atmosférica tropical, com ventos e precipitações.

No entanto, os efeitos precisos variam de acordo com a intensidade, duração e período do ano em que ocorre o fenômeno, bem como onde ocorre e a interação com outros fenômenos climáticos.

No Brasil, o fenômeno normalmente traz mais chuvas para a região da floresta amazônica, que atualmente sofre com seca extrema e incêndios florestais, e menos precipitação para o Sul do país, que foi castigado por chuvas devastadoras ao longo do último ano.

El Niño e La Niña são ocorrências naturais, mas a OMM destaca que ambos agora estão ocorrendo no contexto das mudanças climáticas induzidas pelo homem, que provocam aumento das temperaturas e de condições climáticas extremas.

"Desde junho de 2023, temos observado uma sequência prolongada de temperaturas excepcionais na superfície terrestre e marítima global. Mesmo que ocorra um evento de resfriamento de curto prazo La Niña, isso não mudará a trajetória de longo prazo do aumento das temperaturas globais devido aos gases de efeito estufa na atmosfera", disse em comunicado a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo.

Os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados, mesmo com a influência de um longo La Niña, que durou de 2020 ao início de 2023.

O El Niño mais recente começou a surgir em junho do ano passado e se estendeu por um ano, com o pico de novembro de 2023 a janeiro de 2024. O fenômeno foi um dos cinco mais fortes já registrados e fez de 2023 o mais quente dos últimos 125 mil anos.

"Nos últimos três meses, as condições neutras prevaleceram —nem El Niño nem La Niña. No entanto, ainda vimos condições climáticas extremas generalizadas, incluindo calor intenso e chuvas devastadoras", afirmou Saulo, acrescentando que situações como esta evidenciam a importância de sistemas de alertas precoces para proteger as populações de eventos extremos.

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