Siga a folha

Descrição de chapéu Planeta em Transe Governo Lula

Lula defende obra na BR-319 e vê importância em rodovia com seca na amazônia

Presidente prometeu retomar asfaltamento 'com responsabilidade' para evitar desmate e grilagem de terra próximo à rodovia

Assinantes podem enviar 7 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Salvador

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu nesta terça-feira (10) retomar a construção da BR-319, rodovia inacabada que ligará as cidades de Manaus (AM) a Porto Velho (RO) e disse que a obra ganhou importância diante do cenário de secas nos rios da amazônia.

"Nós temos consciência que quando rio estava navegável e cheio, que podia ter barco grande, a rodovia não tinha importância que tem [comparado a] quando o rio Madeira estava vivo. Não podemos deixar duas capitais isoladas", afirmou o presidente em ato do governo em Manaquiri (AM).

BR-319 na altura da cidade de Humaitá (AM), em foto de 2022

Lula prometeu retomar a obra "com a maior responsabilidade" e disse que vai atuar em parceria com os estados para não permitir desmatamento e grilagem de terra próximo à rodovia. Também negou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, seja contrária à construção da rodovia.

"É preciso parar com essa história de achar que a companheira Marina não quer construir a BR-319. Essa BR foi construída nos anos 1970, foi abandonada por desleixo não sei de quem. São 400 quilômetros inutilizados", disse Lula, que prometeu a retomada da estrada em um trecho de cerca de 50 quilômetros.

A construção da rodovia BR-319 foi iniciada no período da ditadura militar e posteriormente abandonada. A obra é alvo de críticas de ambientalistas e comunidades indígenas por facilitar o acesso de grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais a uma região que fica no coração da amazônia.

Em julho, a Justiça Federal suspendeu a licença prévia para a obra dada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). A decisão, de caráter liminar, atendeu a um pedido feito pela ONG Observatório do Clima. A entidade alegou falta de medidas para evitar a destruição da amazônia.

A licença prévia para a reconstrução do trecho do meio da rodovia foi emitida em 2022 pelo Ibama (Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis), a pedido do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito).

Como mostrou a Folha, as comunidades indígenas da região reclamam que não foram consultadas sobre o empreendimento e a licença, além de não ter exigido estudo de impacto ambiental, também ignorou a possibilidade de o empreendimento gerar aumento no desmatamento.

A promessa de retomada da obra acontece no momento em que a amazônia enfrenta um cenário de crise climática, secas em seus principais rios e queimadas em áreas de floresta.

O cenário motivou a visita do presidente ao estado do Amazonas. Na manhã de terça (10), ele visitou comunidades afetadas pela seca em Manaquiri e seguiu para as comunidades de São Sebastião do Cumurati e Campo Novo em Tefé. De tarde, ele se reunirá com prefeitos em Manaus e anunciará medidas de combate à seca na amazônia.

Em discurso no ato em Manaquiri, Lula repetiu que não quer fazer da amazônia um santuário, mas uma fonte de recursos para as suas comunidades.

"Nós queremos utilizar a Amazônia não como um santuário da humanidade, nós queremos utilizar a Amazônia como patrimônio soberano desse país. E estudar a riqueza da biodiversidade para a gente fazer com que nossos indígenas, nossos ribeirinhos, nossos extrativistas e seringueiros vivam e ganham dinheiro por conta da preservação da amazônia."

Mais tarde, na comunidade de São Sebastião do Curumitá, em Tefé (AM), Lula falou sobre as secas e queimadas, mas sem anunciar medidas concretas para o enfrentamento dos problemas.

"Nós sabemos que no Brasil muitas queimadas são propositais. São queimadas feitas em propriedade privada, 85% do pantanal é propriedade privada. Muitas vezes, quando a gente é avisado, a gente é avisado depois de uma situação muito delicada. Estamos vivendo aqui a maior seca dos últimos 43 anos", disse o presidente, que citou a poluição causada pelas queimadas em São Paulo.

"Viemos aqui para dizer para vocês que nós estamos cuidando para que esta floresta que é uma floresta preservada permaneça em pé. A gente precisa trabalhar para preservar, a gente não pode destruir aquilo que é a vida da gente."

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas