Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".
Chame o dragão
Trecho do VLT está pronto, mas o bonde não circula
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Como tudo na cidade, ontem e hoje, a rua Larga beira o perigo. Em 1632, denominado como Vila Verde, o lugar onde se fazia o serviço de condução de cargas e de produtos agrícolas era um eixo de crimes. Conhecida como rua do Curtume no século 19, a má fama continuava: os prostíbulos a tornavam, na avaliação do historiador Vieira Fazenda, a via mais sórdida do Rio Imperial.
É uma reta só que sai do Palácio Duque de Caxias e chega ao largo de Santa Rita —oficialmente avenida Marechal Floriano. Até o início do século 20, eram duas: Estreita e Larga de São Joaquim. Com a abertura da avenida Presidente Vargas em 1944, ficou escondida atrás dos altos edifícios e perdeu o status de rua principal. De alguma maneira, o esquecimento a salvou da picaretagem especulativa, preservando o casario antigo e o clima machadiano.
O Palácio Itamaraty e a sede da Light são vizinhos. Há quem ainda se lembre do guarda Amaral, que parava o trânsito para os alunos do Pedro 2º. Ou do restaurante Bife de Zinco, onde almoçava o diplomata Guimarães Rosa. Inesquecível, ao menos para o escritor Carlos Heitor Cony, era o Dragão da Rua Larga, loja que vendia de tudo para o lar, inclusive lindas escarradeiras.
A ampliação das obras do VLT obrigou comerciantes da Marechal Floriano a fechar suas portas. O trecho entre a Central e a Candelária finalmente ficou pronto, mas o bonde ainda não circula. A promessa é para o mês que vem. Isso se a prefeitura e a concessionária que administra o transporte chegarem a um acordo financeiro. Crivella vai liberar a grana? Melhor chamar o dragão para resolver a parada.
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O governo cujo presidente se elegeu atacando a política de proteção ambiental agora se declara a favor da fiscalização de barragens. Se ocorrer, será o milagre de Brumadinho. Um milagre à custa de vidas.
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