Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".
Um feriadão que não acaba nunca
Região que mais sofreu os efeitos da pandemia, Centro do Rio não recebe a atenção dos candidatos a prefeito
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A rua Direita (atual 1º de Março) começou a ser ocupada no fim do século 16, logo que a população se sentiu segura para construir casas na várzea. Privilegiou-se na escolha o percurso que ligava os morros do Castelo e de São Bento de forma mais direta —ou "direita", na linguagem portuguesa da época. No princípio era praticamente uma praia, com as águas da baía quebrando ao longo do seu eixo.
A Direita abrigou a residência dos governadores, a Casa dos Contos, o Arsenal da Marinha, o prédio da Alfândega, a sede da Câmara dos Vereadores. Nela morou a elite da sociedade: negociantes atacadistas, funcionários públicos, militares, religiosos, profissionais liberais. Hoje a 1º de Março é mais um fantasma a assombrar o velho Centro, região que mais sofreu as sequelas da pandemia —e a que menos recebe a atenção dos candidatos a prefeito.
O Centro lembra um feriadão que não acaba nunca. Funcionários de órgãos públicos, empresas e escritórios continuam em home office. Donde a queda no comércio, sobretudo o de bares e restaurantes —estima-se que 40% deles fecharam. No curto trecho da 1º de Março entre o beco dos Barbeiros e a rua do Ouvidor, seis lojas baixaram portas. Do outro lado, mais cinco. Perto dali, a livraria Folha Seca e o boteco Toca do Baiacu (este ainda sofreu um arrombamento) têm resistido com vaquinhas na internet.
A boa notícia é o modo que a Folha Seca encontrou para agradecer a ajuda dos clientes: uma caixa com 10 postais de personalidades brasileiras retratadas por Cássio Loredano. Num cenário desolado, só convocando Chiquinha Gonzaga, Clarice Lispector e Clementina de Jesus para alegrar a vida. E tem Pelé, Didi e Zico para virar o jogo.
Ao tirar Trump do ar, as tevês americanas seguiram o conselho de Ricardo Boechat: não se dá palanque a idiota. Ou a golpista.
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