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Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Descrição de chapéu Datafolha

Bolsonaro quer lançar o país na arruaça

A única anormalidade que pode ocorrer nas eleições é não aceitar as regras do jogo

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Ao aproveitar o funeral da rainha para fazer comício, Bolsonaro foi entrevistado na Inglaterra por uma emissora de TV aliada ao governo. Soltou o golpe de sempre: "Se nós não ganharmos no primeiro turno, algo de anormal aconteceu dentro do TSE". Parecia que estava no cercadinho do Alvorada, respondendo a perguntas previamente ensaiadas e pagas.

Apoiadores de Bolsonaro em frente à Embaixada do Brasil em Londres - 18.set.2022/Folhapress

No Brasil, em almoço fechado com um grupo de empresários, o vice na chapa governista, general Braga Netto, foi na mesma toada. Segundo ele, Bolsonaro será reeleito em outubro. Como nenhum dos levantamentos de intenção de voto —nem mesmo os divulgados pelo Paraná Pesquisas, que recebeu dinheiro do Planalto e do PL— aponta essa possibilidade, deve ser uma informação adivinhada nos búzios ou documentada em papéis secretos da Agência Brasileira de Inteligência aos quais só o general Heleno teve acesso.

É como se estivéssemos de volta aos duros tempos da pandemia e de sua criminosa negação pelas autoridades. Primeiro foi o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que desacreditou, sem provas, o Ipec e sugeriu que "o povo" irá fechar o instituto após as eleições. Depois veio o dono do orçamento secreto, deputado Arthur Lira, que criticou, também sem provas, "resultados tão divergentes", insinuou haver manipulação de dados e defendeu medidas legais de punição.

A estratégia, além de velha, é velhaca. Mentir para sua bolha —a cada dia mais mergulhada em delírio e autoengano— e seguir uma espécie de Plano Trump: contestar o resultado da votação e lançar o país no modo arruaça.

Na reta de chegada das eleições, a única anormalidade que pode ocorrer é uma candidatura não aceitar as regras do jogo e querer vencer na marra. As bravatas de Bolsonaro, que antes assustavam e revoltavam, hoje soam vazias, ridículas e sem força. As "mitadas" cansaram. As pesquisas só espelham a alta rejeição ao presidente.

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