"Fica ligado, defensor de bandido." Antes fosse uma postagem nas redes. Era um recado ao vivo que Rodrigo Mondego, candidato a deputado estadual pelo PT do Rio, teve de ouvir com uma pistola apontada para sua cabeça. O agressor é um policial aposentado. Registrado um boletim de ocorrência por ameaça com arma de fogo, o caso veio a público.
Mas há muitos outros, ocorrendo em todo o país na reta final das eleições, e de maneira escancarada, como o assassinato do petista em Foz do Iguaçu, que acendeu o alerta, e a tentativa de homicídio de um churrasqueiro em Brasília. Fora a simbologia grotesca de usar uma réplica da cabeça de Bolsonaro como uma bola de futebol de dois quilos e meio, chutada de um lado a outro no Minhocão, até se rasgar.
O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que disputa uma vaga na Câmara por São Paulo, escreveu no Twitter após ter sido assediado na rua por um adversário: "Aviso aos comunistas, pivetes, franguinhos, maconheiros, bundas-lelê ou quaisquer outros vagabundos que venham encher o nosso saco: daqui para frente, vai ser tolerância zero! Vão tomar porrada! Tá avisado, talkey?". Nos bastidores do debate na Band, Salles quase saiu no tapa com o deputado André Janones.
O repórter Joelmir Tavares mostrou que a ofensiva contra as urnas eletrônicas tem espalhado pavor entre os mesários. Em 2018, simpatizantes de Bolsonaro foram votar armados e praticaram intimidações. Com as pesquisas desfavoráveis à reeleição, o medo de violência é grande.
Para evitar que as seções eleitorais se transformem em saloons de faroeste, o TSE pretende restringir o porte de armas no dia da votação, proposta levada por políticos da oposição ao ministro Alexandre de Moraes. O difícil será fiscalizar as mais de 700 mil pessoas cadastradas como CACs, que têm em seu poder 2,8 milhões de armas e se organizaram para eleger bancada própria no Congresso.
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